Queremos trabalho e educação. Armas, não

A promoção de políticas de segurança pública caminha junto da inclusão, da garantia de direitos, da criação de empregos, do acesso à Saúde e à Educação

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Como costuma dizer o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, “o povo não precisa de armas. O povo precisa de trabalho, de salário, de educação. É disso que o povo precisa”. Esse é o compromisso que marcou seus dois primeiros governos e é marco de sua trajetória política. É essa a prioridade que coloca o país na rota do crescimento, da soberania e da igualdade.

A tragédia ocorrida nesta semana em uma escola em Aracruz, no Espírito Santo, é de uma dimensão absurda e expõe o quanto é necessário pensarmos juntos sobre os rumos que toma nossa sociedade. Quatro pessoas foram vitimadas por armas de fogo quando estavam dentro de uma escola, numa situação que escala dia a dia com a liberação sem critérios do acesso a armamentos. Hoje há mais civis armados no Brasil do que militares.

A liberação sem critérios vitima as famílias e aqueles que mais precisam de proteção. A cada hora, 73 crianças sofram violência no Brasil, sejam elas agressões físicas, psicológicas, abuso ou falta de acesso à alimentação e à educação. Apenas entre os meses de janeiro e junho deste ano foram registradas 318.419 violações contra crianças e adolescentes até os 17 anos. 

Em 2021, registrou-se um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada 7 horas, mostra o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Neste ano, só no Rio de Janeiro, a Polícia Militar atendeu em média 7 ocorrências por hora de casos de violência contra a mulher.

Essa herança maldita leva ao aumento da violência, o aumento da insegurança e a tragédias que todos os dias acometem nossas famílias. De acordo com o Instituto Sou da Paz, desde 2019, mais de 40 novos regulamentos facilitaram a circulação de armas de fogo no Brasil, textos que nem sequer passaram pelo Congresso Nacional. O resultado: mais de mil novos registros de armas por dia para civis e mais de 855 milhões de munições adquiridas nos últimos três anos e meio.

O número de mortes por armas de fogo aumentou em 2020 e isso está diretamente ligado ao afrouxamento da legislação. O número de armas de fogo registradas mais do que dobrou entre 2017 e 2020 de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Também aumentaram os incidentes envolvendo vizinhos e brigas comuns que acabam em violência armada, assim como a incidência de armas e munições nas mãos do crime organizado.

A promoção de políticas de segurança pública é essencial, e caminha junto da promoção da inclusão, da garantia de direitos, da criação de empregos, do acesso à Saúde e à Educação. “O que está em jogo é se a gente quer ver um menino na televisão lendo um livro ou ele com uma metralhadora na mão.”