Refugiado congolês fala à TVT sobre a vida no Brasil

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A TVT convidou Pitchou Luambo, refugiado congolês há cinco anos no Brasil, para uma entrevista na edição do Seu Jornal desta terça-feira. Pitchou é também criador e diretor do Grupo de Refugiados e Imigrantes Sem-Teto de São Paulo, o GRIST; ele mesmo mora na Ocupação Cambridge do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC).

A jornalista Marcia Telles lembrou, no começo da entrevista, que os refugiados “são obrigados a deixar seus países de origem por causa de guerras ou perseguições políticas ou religiosas” (entre outras), distinção fundamental em relação aos imigrantes, que mudam de região ou de país por livre escolha, em busca de melhores condições de vida. Assim, todo refugiado é imigrante, mas a grande maioria dos imigrantes não são refugiados. No Brasil vivem hoje 1,9 milhão de imigrantes regulares segundo dados da Polícia Federal, o equivalente a 0,9% da nossa população. Por outro lado, o Brasil conta hoje com 8.4 mil refugiados reconhecidos, de 81 nacionalidades diferentes segundo o CONARE (Comitê Nacional de Refugiados).

Ao chegar no Brasil, os refugiados enfrentam diversas barreiras: a regularização da documentação, a busca por moradia digna e emprego, a aprendizagem de uma nova língua e dos costumes de uma sociedade geralmente nova e desconhecida e, por fim, o preconceito.

Pitchou começou a entrevista esclarecendo porque fugiu de seu país: “O Congo está em guerra desde 1996”. No conflito, mais de 6 milhões de pessoas foram mortas. Ao começar e construir uma nova vida em São Paulo, Pitchou tem buscado meios de exercer sua profissão. Advogado, diz que uma das principais dificuldades é a revalidação de seu diploma. Como teve de fugir do Congo, o refugiado não consegue pedir a documentação necessária à universidade de seu país. 

Mas essas dificuldades não impedem Pitchou de exercer sua militância para que as histórias e as causas dos refugiados sejam conhecidas pela sociedade brasileira e pelos governos. Fundador do GRIST, ele se empenha em organizar eventos culturais para difundir informações sobre os refugiados e combater o preconceito, e tem uma agenda carregada de palestras e debates, procurando, por meio de todas essas ações, sensibilizar a sociedade civil a esta causa.

O próximo encontro será neste sábado 14 de novembro. Organizado em parceria com a Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), o evento “Cultura e Refúgio: debate, gastronomia e cinema” terá debates e atividades que abordarão a questão do refúgio. Saiba mais: https://www.facebook.com/events/506171339567056/ .

Veja a entrevista de Luambo Pitchou à TVT: