“Se existe investigação, é porque o PT criou os instrumentos”, diz Lula em Brasília

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quarta-feira (10) em Brasília do lançamento da segunda etapa do 5º Congresso do PT.  Em seu discurso, o ex-presidente respondeu as críticas feitas ao partido e estimulou o PT a se renovar.

Lula disse que as elites brasileiras não estavam “preparadas” para um partido como o PT e que todos os instrumentos para combater a corrupção foram criados durante os governos petistas. “A delação premiada é um instrumento criado por nós. O portal da transparência fomos nós que criamos. A Lei do Acesso à Informação fomos nós que criamos. A Controladoria Geral da República fomos nós que criamos e demos autonomia. O Ministério Público nunca teve tanta autonomia. A Polícia Federal nunca teve tanto pessoal contratado para investigar”, reiterou.

O ex-presidente lembrou alguns “crimes” do PT: ter tirado o Brasil do mapa da fome, ter dobrado o número de estudantes universitários do país. E “um crime imperdoável” para os adversários do partido, ter elegido a presidenta Dilma Rousseff.

Lula convocou o público para uma grande festa na posse da presidenta dia 1º de janeiro. E criticou a oposição por não aceitar o resultado eleitoral. “Deixem a mulher trabalhar”, disse Lula. “Ninguém tem que pensar em 2018. Tem que pensar em 1 de janeiro de 2015, na posse da presidenta Dilma e no sinal que temos que dar para esse país”, completou.

Ele ainda convocou o partido para se renovar no congresso que acontecerá em junho.  “O PT precisa repensar o seu papel na sociedade e o V Congresso é o momento oportuno de discutir.”

Para Lula, quem não tem compromisso ético deve sair do partido. “Não existe no mundo nenhuma experiência política mais bem sucedida que o PT. E óbvio, por ter ficado grande, a gente comete erros.”

O ex-presidente cobrou que os eventos do partido sejam transmitidos ao vivo pela internet. “Todo encontro que nós fizermos, temos que transmitir direto, para não ficar a mercê da interpretação daqueles que não querem entender o que estamos fazendo.”

Também se pronunciaram durante o encontro o presidente do PT Nacional, Rui Falcão, o secretário-geral do PT, Geraldo Magela e o governador da Bahia, Jaques Wagner.