“Se nos unirmos, seremos capazes de construir um mundo melhor para todos”, diz Lula

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Foto: Ricardo Stuckert

Em discurso durante ato de comemoração dos 42 anos do PT, na noite desta quinta-feira (10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a necessidade de união de todos para construção de um mundo com mais amor e melhor para todos.
“Há milhões de anos, quando nossos antepassados se uniram e passaram a cooperar nas caçadas, eles foram capazes de derrotar as feras mais perigosas. Se nos unirmos agora, seremos capazes de construir um mundo com mais amor. Um mundo melhor para todos. Mas se permanecermos desunidos, nos tornaremos cada vez mais uma ameaça à nossa própria sobrevivência”.


Ele disse que a ganância e o individualismo estão destruindo o planeta, que nunca fomos tão solitários e desiguais e que caminharemos para a autodestruição se deixarmos de lado a cooperação, se não enxergarmos mais o próximo como nosso irmão e se permitirmos que a desigualdade continue cavando um fosso cada vez mais profundo e intransponível entre ricos e pobres.
“Nunca fomos tão prósperos, com acesso a bens materiais que nossos antepassados não podiam sonhar. Mas, ao mesmo tempo, nunca fomos tão solitários e desiguais”. Ele citou dados do relatório da Oxfam alertando que a desigualdade mata um ser humano a cada quatro segundos e que, durante a pandemia, os dez homens mais ricos do mundo dobraram suas fortunas, enquanto a renda de 99% da humanidade entrou em queda livre, e mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza.


Lula denunciou outros problemas graves como desemprego e destruição dos direitos trabalhistas, que deixam as pessoas mais pobres, o aumento da mortalidade infantil no Brasil e o extermínio de jovens negros nas periferias por causa do racismo estrutural.
O ex-presidente afirmou que o pesadelo está perto do fim e que é hora de devolver ao povo brasileiro a capacidade de sonhar, o direito de se alimentar três vezes ao dia, de ter educação e saúde de qualidade, além de emprego com carteira assinada e salários dignos, reajustados acima da inflação.
Entre outros pontos, Lula defendeu ainda que os preços de itens como gasolina, diesel, gás de cozinha, energia elétrica, cerveja gelada e churrasco do fim de semana caibam de novo no bolso dos brasileiros.

Legado reconhecido
O ex-presidente afirmou que os governos petistas fizeram isso nos 13 anos que estiveram no poder e que, se for candidato e ganhar as eleições, fará de novo.
O legado do período em que o partido esteve na Presidência foi reconhecido por políticos de esquerda de outros partidos e de diferentes países, como Alberto Fernández (presidente da Argentina) e José Luis Zapatero (ex-presidente da Espanha), além de representantes do movimento sindical nacional e internacional, que homenagearam o PT, em vídeos exibidos durante o ato.


A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o partido chega aos 42 anos com enorme responsabilidade e que precisa estar à altura dos anseios de quem deposita no partido e no ex-presidente Lula a esperança de reconstrução do país.
Segundo ela, é preciso direcionar a energia para derrotar o governo da barbárie e o projeto neoliberal dos exploradores da nação. “Com suas origens e sintonia com as aspirações populares, nunca antes o PT foi tão necessário para o Brasil. Temos que estar à altura dessa responsabilidade. É nosso dever”.
Ela lembrou a necessidade de mobilizar forças populares a partir das bases e que o PT tem que estar preparado para vencer as eleições cruciais e eleger bancada para dar sustentação ao governo.

A ex-presidenta Dilma Rousseff participou virtualmente da cerimônia. Em vídeo, ela destacou a resistência do partido, que aumentou de tamanho mesmo com uma grande campanha midiática tentando destruí-lo. Ela disse que o PT é “fruto da coragem e do idealismo de muitos brasileiros” e “responsável pela maior redução de desigualdade já realizada na história do país”.