Você recebe o seu salário em dólar? Não? Então, já se perguntou por que alguns produtos que consumimos no dia a dia são dolarizados? Ou por que a alta do dólar afeta tanto o bolso do trabalhador?
A escalada dos preços da gasolina e do diesel é, sem dúvida, um dos maiores vilões do bolso do trabalhador brasileiro. E a razão disso é a vinculação do preço dos combustíveis ao dólar. A Petrobras de Bolsonaro adota a política de preço de paridade internacional (PPI), que alinha a dinâmica dos preços do combustível no Brasil ao mercado estrangeiro.
Desde o golpe de 2016, quando a dolarização foi adotada, o preço do combustível acumula uma alta superior à inflação e impacta diretamente nos preços dos alimentos no supermercado, no valor da passagem de ônibus e até na conta de energia elétrica.
Segundo Daniel Kosinski, doutor em economia política internacional, essa inflação é o produto da dolarização oculta, da catastrófica administração de Paulo Guedes e Bolsonaro.
No setor alimentício, com o câmbio desvalorizado, grandes produtores rurais vendem seus produtos para o exterior e recebem em dólar. Para compensar esse desabastecimento, o país importa esses mesmos produtos, dolarizando os preços internos dos alimentos básicos.
A desvalorização cambial também alcança o setor energético, pois parte da energia consumida no Brasil é gerada por termelétricas que consomem diesel e o custo do aumento desse combustível é repassado pelas concessionárias para as tarifas pagas pelo consumidor.
Essa dinâmica é resultado direto das políticas macroeconômicas decorrentes de decisões do governo e do mercado, que privilegiam acionistas e mercados estrangeiros em detrimento dos interesses da população.
Na contramão dessa política agressiva que desvaloriza a moeda nacional e diminui drasticamente o poder de compra do cidadão brasileiro, Lula já disse que, se for candidato e ganhar as eleições, não manterá os preços dolarizados como estão hoje, causando dificuldades para a população, que fica sem dinheiro para adquirir o básico.