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Sem dinheiro e sem direitos, trabalhador brasileiro está ‘com a corda no pescoço’

O país do desemprego, da fome e da falta de oportunidades que se tornou o Brasil sob o governo Bolsonaro é também o país do endividamento, deixando o trabalhador e os mais pobres em situação similar àquelas dos ditados populares ‘com a corda no pescoço’ e ‘vendendo o almoço para (tentar) pagar a janta’.

Em dezembro de 2021, um universo de quase 64 milhões de pessoas não conseguia pagar suas dívidas, segundo o mapa da Inadimplência da Serasa, que apontou dívida média de quase R$ 4 mil por pessoa ou R$ 252 bi na soma de todos os endividados.

No mês anterior, segundo identificou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de brasileiros endividados superava 75%. Do conjunto de endividados, 26,1% relataram não ter orçamento para pagar contas básicas de consumo, como água e eletricidade.

A penúria em que vive as camadas mais pobres da população é agravada por fatores como reajustes salariais abaixo da inflação, o que leva ao empobrecimento dos trabalhadores, e alta desenfreada dos preços, com a inflação, batendo recordes e superando 10% no acumulado de 12 meses.

Dados divulgados pelo IBGE na quarta, 23, mostram que, em fevereiro, o Índice nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação do mês, avançou 0,99, o maior resultado para o período desde 2016. A taxa acumulada em 12 meses (10,76%) também é a maior dos últimos seis anos.

Gastos com educação, por causa do reajuste das mensalidades escolares na volta às aulas e dos alimentos pressionaram o índice. Segundo reportagem do Valor Econômico, o resultado superou 37 projeções de analistas que apostavam em algo em torno de 0,87%, o que também já era muito.

Enquanto o governo Bolsonaro segue na política de muitas mentiras por dia, sem prestar atenção no que a população brasileira precisa, o trabalhador, perde poder de compra e fica a cada dia mais pobre.

A realidade é bem diferente daquela dos governos petistas que tinham o trabalhador e as classes mais pobres como eixo central das políticas públicas. Nos governos Lula e Dilma, por exemplo, o salário mínimo teve aumento real de 74%. Em mais de 80% dos casos, os reajustes salariais foram acima da inflação, fundamental para manter o poder de compra e evitar o empobrecimento do trabalhador como acontece agora.

Em entrevistas à imprensa, o ex-presidente Lula tem abordado o assunto, destacando a necessidade de recuperar o Brasil, gerar mais empregos, aumentar o salário e proporcionar bem-estar social.

“Nós temos que recuperar o crescimento econômico, que se dá de duas formas: primeiro, o presidente da República tem que ter muita credibilidade, tem que ter um modelo econômico que seja previsível. Você precisa convencer a sociedade interna e externa, para que haja investimento. E, segundo, se tiver mercado para comprar aquilo que as pessoas vão produzir. Se o povo tiver falido, se o povo estiver devendo como hoje, se o povo não tiver poder de compra, ninguém vai investir, porque não tem para quem vender”, disse o ex-presidente em entrevista recente.

Ele afirmou também que é preciso se preocupar com os milhões de brasileiros que estão vivendo na rua e discutir outras questões como por que a massa salarial tem caído tanto, diminuindo o poder aquisitivo, e por que as famílias estão endividadas.

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