Categorias: Justiça

Semana de oitivas de testemunhas contra Lula termina sem que nenhum dos depoentes tenha acusado ou mostrado provas contra ele

Em depoimento à Justiça Federal do Paraná realizado nesta sexta-feira, o operador financeiro Fernando Soares, o Fernando Baiano, disse não ter qualquer participação nos contratos da Rnest e Repar, que são objetos da acusação do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Baiano depôs em frente ao juiz Sérgio Moro, tendo sido a 10ª testemunha de acusação a ser ouvida no processo em que Lula é acusado de ter recebido propina da construtora OAS por ter beneficiado a empresa em três contratos assinados com a Petrobras. As vantagens ilícitas teriam sido dadas ao ex-presidente por meio de um imóvel no Guarujá. Fernando Baiano, porém, assim como fizeram as nove testemunhas ouvidas antes dele, disse não saber de nada ligado ao tal apartamento tríplex no Guarujá, nem ter tratado de nenhuma vantagem indevida com Lula. 

O operador financeiro, por outro lado, admitiu ter tratado de vantagens indevidas com políticos, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) e com o senador Valdir Raupp (PMDB). E que pagou, em espécie, benefícios ao senador Delcídio do Amaral, sem entregar pessoalmente, por contratação de sondas e pela venda de refinaria de Pasadena, nos EUA.

Fernando Baiano disse não ter fechado delação com autoridades estrangeiras, mas não quis responder se está em negociação com outros países. O juiz Moro, então, contrariando a legislação brasileira, que determina que a pessoa na condição de testemunha em um processo deve responder com a verdade ao que lhe for perguntado, sob pena de processo por obstrução da Justiça, permitiu que a testemunha ficasse calada quando desejou.

Das 11 testemunhas de acusação do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Lula, Baiano é a sétima  que alega sigilo sobre negociações de acordo de delação com autoridades estrangeiras.

Após Baiano, ainda nesta sexta-, foi ouvido o delator premiado Milton Pascowith, que foi condenado a mais de 20 anos de cadceia em regime fechado graças aos crimes que cometeu na Petrobras, mas que cumpre prisão domiciliar graças a um acordo de delação assinado com o juiz Sérgio Moro.

O empresário e lobista afirmou nesta sexta que não tem nenhum conhecimento sobre tríplex no Guarujá ou pagamento de vantagens indevidas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Assim como colega de banco das testemunhas, Pascowith também se recusou a falar (e o juiz Moro deixou) sobre negociação com autoridades estrangeiras para a assinatura de um contrato de delação premiada. É a oitava testemunha arrolada pelo Ministério Público que paralelamente negocia com autoridades estrangeiras. 

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