O primeiro dia do seminário “Desenvolvimento e Integração da América Latina” debateu a arquitetura político-institucional da integração, inserção econômica mundial, integração produtiva e integração física e energética. Depois da primeira mesa em que falaram os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Ricardo Lagos, diversas autoridades latino-americanas alimentaram o debate sobre caminhos possíveis para a integração regional.
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Marco Aurélio Garcia, assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República do Brasil, ressaltou os avanços da região na área de defesa. “Esse avanço permite que nos preocupemos com nossas próprias questões de defesa”. Garcia também falou da necessidade de avançar em outros pontos, como o já aprovado parlamento regional e o aumento da participação social nos governos.
A necessidade de atuação política para efetivar a integração foi destacada por Salomón Lerner, ex-primeiro-ministro do Peru. Ele também retomou a ideia proposta pelo ex-presidente Lagos da necessária integração entre países do Pacífico e do Atlântico e ressaltou o papel importante de Brasil e China neste cenário.
O aumento do reconhecimento dos países da América Latina no cenário internacional foi uma das mudanças perceptíveis dos últimos anos, para Ricardo Carneiro, diretor executivo do Banco Interamericano de Desenvolvimento. E isso é fruto de uma política regional, avalia.
Antoni Estevadeordal e Juan Blyde, do setor de integração do BID, destacaram que ainda é possível crescer na circulação de produtos com valor agregado na América Latina. Enquanto na União Europeia grande parte dos produtos com valor agregados que circulam vêm de dentro da própria região, aqui isto ainda não acontece.
Para possibilitar esse aumento de circulação comercial, investimentos em infraestrutura são essenciais. Esta necessidade foi tema de diversas falas e Ricardo Sanchez, da Divisão de Recursos Naturais e Infra-estrutura da CEPAL, apresentou dados sobre os projetos em curso e suas formas de financiamento. O diagnóstico apresentado mostra a importância de políticas de infraestrutura integradas.
O seminário continua amanhã com diagnósticos e propostas sobre meio ambiente, cultura, democracia e integração financeira e social.