Tá tudo caro e a culpa é do Bolsonaro: inflação esvazia carrinho de supermercado

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Não há um trabalhador que não tenha sentido no bolso o impacto do preço dos alimentos nos últimos anos. A inflação dos alimentos que compõem a cesta básica superou 20% no acumulado de 12 meses, entre abril de 2021 e março de 2022.

Esse mês, o IPCA-15, uma prévia da inflação oficial, teve alta de 1,73% em abril. É a maior variação para o mês em 27 anos. O resultado de abril é quase o dobro de março (0,95%) e quase o triplo do registrado em abril do ano passado (0,60%). Se o índice se confirmar, a inflação acumulada dos últimos doze meses será de 12,03%. A alta foi puxada principalmente pelo aumento de 7,54% dos combustíveis.

Mas o que isso significa na prática? Como a alta da inflação impacta a vida do brasileiro comum?

A resposta é: impacta em tudo. Mas é no supermercado e na feira que a alta é percebida. A constante alta no preço dos alimentos diminui o poder de compra do trabalhador, que vê o carrinho de supermercado cada vez mais vazio.

Um vídeo produzido e divulgado na última quarta (27) pelo portal de notícias Metrópoles mostra isso com muita nitidez. Nele, compara-se o que R$ 100 compravam em 2018 e o que compram agora. A diferença é visivelmente percebida no volume de itens nos dois carrinhos de supermercado. O carrinho de 2022 tem 11 itens a menos que o de 2018. Esse último tem maior variedade e quantidade de alimentos.

Hoje, os preços administrados pelo governo são responsáveis por cerca de 50% da inflação. Esses preços dizem respeito a serviços e produtos com reajustes definidos por contratos ou regulados pelo setor público, como energia elétrica, gasolina e óleo diesel.

A Petrobras define o valor da gasolina e do diesel nas refinarias brasileiras com base na política de Preço de Paridade Internacional (PPI), implementada em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Ou seja, o preço da gasolina num país que é autossuficiente em petróleo é dolarizado. A bandeira tarifária da conta de energia é determinada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Esses dois itens acabam pesando no valor de produtos que têm os “preços livres”, ou seja, que variam de acordo com a oferta e demanda, como os alimentos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou sobre a irresponsabilidade do governo atual no que diz respeito ao controle da inflação. “Não temos inflação de consumo. Cerca de 50% da inflação de hoje são por preços administrados pelo governo. É energia elétrica, gasolina, óleo diesel e gás. Ou seja, preços que o governo poderia controlar e que não está controlando. São de responsabilidade do governo, então, que trate de baixar esses preços”, disse recentemente em entrevista a uma rádio.

A estratégia de Bolsonaro, especialmente diante dos resultados das pesquisas eleitorais, é tentar desviar a atenção da população do caos da sua política econômica, que empobrece o brasileiro a cada dia. Quando deveria discutir a regulação dos preços, a volta dos estoques reguladores de alimentos que poderia frear o aumento de preço, o presidente opta por afrontar o Supremo Tribunal Federal e colocar em dúvida, sempre, o processo eleitoral.

Esse movimento só comprova o desapreço de Bolsonaro pela democracia e também pelo povo que governa.