Teorias da conspiração: o apelo da mentira

O homem nunca pisou na Lua? Paul McCartney está morto desde 1966? As urnas eletrônicas brasileiras são fraudáveis? Essas perguntas têm respostas aparentemente óbvias para a maioria de nós. Ainda assim, estranhamente, há quem duvide de fatos cujas evidências são de amplo conhecimento e consenso. Hoje, por sinal, é aniversário de uma dessas teorias da conspiração.

Há exatos 53 anos, dia 20 de julho de 1969, o primeiro homem pisou na Lua. Neil Armstrong, astronauta dos EUA, deixou sua pegada histórica em solo lunar, como todos sabemos. O feito dos norte-americanos foi um marco na corrida espacial. Em abril daquele ano, a União Soviética tinha conseguido colocar o primeiro astronauta em órbita na Terra, Iuri Gagarin.

Pois o pouso da missão dos EUA, chamada Apollo-11, em solo lunar foi transmitido para as televisões do mundo. Foi possível ver o astronauta Neil Armstrong pisar na Lua e, nem assim, essa história convenceu a todos. Há quem pense — até hoje! — que tudo foi uma grande farsa, montada pela NASA (a agência espacial dos EUA) para vencer no “tapetão” a disputa espacial.

A internet (sempre ela…) ainda hoje está cheia de vídeos, fotos e teorias da conspiração que contrariam essa verdade. Mas é fato: ao todo, 12 astronautas já estiveram na Lua, em seis diferentes missões, ocorridas entre 1969 e 1972. Aqui há um compilado dos principais mitos e verdades sobre esse tema.

Paul McCartney está morto? É teoria da conspiração!

Há poucos dias, em 18 de junho deste ano, Paul McCartney completou 80 anos de vida. Bem vividos e em plena saúde. Apesar da idade avançada, o ex-Beatle segue ativo, criando músicas e fazendo shows por todo o mundo (inclusive, ele adora vir ao Brasil). É assim desde o fim da mítica banda de Liverpool. 

É curioso imaginar, porém, que no final dos anos 1960 ele tenha sido alvo de uma teoria da conspiração que ficou muito popular. A “fake news” dizia que Paul tinha morrido em um acidente de carro, em 1966, e sido secretamente substituído por um sósia. 

O boato se espalhou pelo mundo todo e se alimentava de supostas “pistas” que confirmariam a hipótese. A capa do álbum “Abbey Road”, segundo a teoria, representaria o funeral de Paul, já que ele é o único de pés descalços na imagem. Claro que é tudo invenção. Por mais que pareça óbvio, temos que dizer: Paul McCartney está vivíssimo.

Quem tem medo da verdade?

Teorias da conspiração têm um apelo quase irresistível para algumas pessoas. É como se elas abrissem espaço para uma “explicação” paralela da realidade, ou seja, para uma “outra” verdade, na qual os acontecimentos da sociedade e suas consequências têm suas motivações “ocultas” finalmente “reveladas”. 

Vale dizer que toda teoria da conspiração precisa de “notícias” que lhe deem suporte. É aí que entram as fake news. A desinformação, passada adiante como se fosse um fato noticioso verdadeiro, é um ingrediente imprescindível para as teorias da conspiração “pegarem”. 

Flertar com uma teoria da conspiração pode ser inofensivo e até divertido. Enquanto a “teoria” ficar no campo do absurdo, ela pode render boas risadas entre amigos. Essa história perde totalmente a graça, porém, quando se torna uma ameaça. 

O que Jair Bolsonaro está tentando fazer com sua insistente (e mentirosa) tese de que as urnas eletrônicas brasileiras seriam fraudáveis é isso: uma ameaça às instituições brasileiras. Uma conspiração real e perigosa.

As urnas eletrônicas são seguras. Nunca foram violadas. Não são frágeis.

Ao repetir, incansáveis vezes, a mesma história, ele tenta dar um “verniz” de realidade a uma teoria infundada e desonesta. 

E ele segue: ao anunciar que tem “provas” de fraudes, sem nunca apresentá-las, ele alimenta sua máquina de desinformação com falsas notícias. 

Não satisfeito, ao reunir embaixadores de outros países para destruir a imagem internacional do país e repetir as mesmas mentiras sobre nosso processo eleitoral, ele confirma que seguirá os passos de Trump e tentará melar o jogo da democracia.

Tudo por medo do povo. Ou será por seu apego ao crime e à morte? Quem sabe, talvez, por medo da verdade.

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