O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (24/09), em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, que os brasileiros têm o direito de viver dignamente e que, por isso, seu compromisso é o de melhorar a vida da população, com geração de emprego, aumento do salário mínimo e políticas de inclusão social e voltadas para a melhoria do atendimento à saúde e na educação. E que o trabalhador vai voltar a ter direito.
“Nós não queremos nada mais do que o direito de viver dignamente. Nenhum ser humano precisa de favor do Estado. O que a pessoa quer é trabalhar, e pelo seu trabalho receber um salário justo, e com esse salário justo levar dinheiro para casa, e levar comida para casa”, disse. Lula destacou que será necessário fazer um ajuste na reforma trabalhista, colocando trabalhadores, empresas e sindicatos numa mesa para negociar. “E trabalhador vai voltar a ter direito nesse país porque a escravidão acabou.”
A um público presente na Praça Brasil, o ex-presidente afirmou que o povo brasileiro aprendeu a viver melhor com as políticas criadas pelos governos petistas e não merece passar pelo sufoco que está passando agora, com a destruição imposta pelo governo Bolsonaro. “Me dispus a ser presidente da República não para governar, para cuidar. Quero que toda criança tenha direito a ir a um supermercado e escolher alguma coisa para comer”, afirmou, ressaltando a responsabilidade de o estado criar condições para que as pessoas vivam melhor e tenham oportunidades.
Farmácia Popular e moradia
“Está na Constituição, está na Bíblia e está na Declaração de Direitos Humanos. As pessoas têm o direito de comer”, disse, prometendo a volta de programas como o Minha Casa, Minha Vida, Farmácia Popular e a criação de alternativas para garantir emprego aos jovens. “Eu quero que eles saibam, eu vou voltar para que a gente possa mais, para que a gente viaje mais, para que a gente utilize aquilo que a gente quiser. Eu vou voltar porque é preciso gerar emprego nesse país, é preciso cuidar do povo pobre, das crianças, é preciso cuidar da saúde.”
Sobre o fim do Farmácia Popular no governo Bolsonaro, o ex-presidente questionou a razão que motivou o fim de um programa tão importante. E anunciou que ele vai voltar a funcionar. “Como é que pode acabar com a Farmácia Popular, gente? Como é que pode acabar com o dinheiro que comprava fraldão para as pessoas idosas? Será que essa gente não tem alma? Será que essa gente não tem coração? Será que essa gente não tem um pouco de amor, de sensibilidade para saber que as pessoas precisam comprar o remédio?”, questionou. “A gente não pode querer que um aposentado, que ganha um salário mínimo, gaste 400 reais com remédio. É preciso que o Estado garanta os remédios de uso contínuo para as pessoas pobres desse país. E nós vamos fazer isso.”
Legado dos governos Lula
O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lembrou o legado do ex-presidente Lula, como a geração de 22 milhões de empregos e a valorização do salário mínimo e comparou com o Brasil de hoje, com a volta da fome e milhões de famílias endividadas. “O pior de tudo é o descaso com a vida das pessoas. O governo Bolsonaro é desumano e autoritário”, afirmou.
O ex-prefeito Fernando Haddad lembrou dos avanços do governo Lula, como a inclusão de jovens na universidade, a melhoria de vida que permitiu, por exemplo, que as pessoas pudessem viajar de avião. Enquanto falava, o candidato a governador de São Paulo perguntava quantas pessoas da Zona Leste tiveram uma dessas oportunidades. Do público, muitos respondiam. “Eu sou um, eu sou um”.
Ao lado de Lula, Haddad afirmou que a tarefa é retomar a democracia, defender a liberdade e a justiça social. “O que estamos propondo não é nenhum milagre. É retomar o projeto de emancipação de nossa gente de nosso povo. Precisamos de Lula na Presidência da República. Esse pesadelo tem que acabar no dia 2.”
Conquistar votos
O ex-governador Márcio França, candidato ao Senado, conclamou que todos saíssem às ruas em busca de voto para Lula e Haddad para que as eleições sejam resolvidas no primeiro turno. “A tarefa do mais um, mais unzinho por dia. Capricha, liga para o vizinho, liga para o parente do interior e peça um voto”, pediu.
Guilherme Boulos, candidato a deputado federal por São Paulo, destacou que o que está em disputa é a democracia contra o fascismo e também convocou que todos que saiam às ruas para virar voto. “Temos oito dias para virar voto, dia e noite, se dedicar de corpo e alma. Se Lula virou até o voto do Ratinho, vamos virar voto na Zona Leste.”
Também candidata à Câmara dos Deputados por São Paulo, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que há momentos na história em que o povo é chamado a sair de casa para ir para às praças para tentar melhorar a vida e colocar fim ao que não suporta mais, como a fome, o desemprego, a violência e o descaso com a vida. “Há momentos em que a sociedade se levanta para defender o que lhe é mais caro que é a democracia”, disse, acrescentando que acima de tudo está o compromisso de acabar com a fome e com o racismo e fazer novamente do Brasil um país unido.