TSE ratifica segundo turno sem debate; e para o eleitor, isso é ok?

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O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), negou o pedido do presidenciável Fernando Haddad (PT) de ser entrevistado pela TV Globo, no horário do debate da eleição presidencial originalmente agendado para a próxima sexta-feira (26/10). A campanha petista havia apresentado petição nesta quarta-feira (24) para que fosse mantida a presença de Haddad, mas teve o pedido negado pelo ministro do TSE Sérgio Silveira Banhos.

O debate da Globo estava previsto para a noite desta sexta-feira (26), mas foi cancelado após o candidato Jair Bolsonaro (PSL) desistir de comparecer ao evento.

A pesquisa Datafolha divulgada no dia 18/10 havia mostrado que 67% do eleitorado brasileiro considera muito importante que sejam feitos debates entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad no segundo turno das eleições. E que 73% dos entrevistados disseram que o candidato do PSL deveria sim ir aos debates.

Na petição apresentada ao TSE nesta quarta-feira, a campanha do PT havia afirmado que a ausência de Bolsonaro no debate não devia ditar os “rumos do processo democrático”, além de defender que o tempo que seria dedicado ao debate fosse utilizado para uma uma entrevista com Haddad, feita pelos jornalistas da emissora.

“Muito mais do que mero evento jornalístico, os debates são eventos pilares do processo democrático, sendo essenciais a um processo rígido e verdadeiramente democrático, permeados pelo interesse público”, diz o documento.

“Dessa forma, o cancelamento do evento em razão da ausência de um candidato autoriza-o, em verdade, a ditar os rumos do processo democrático, o qual não deve possuir roteiristas e diretores diversos do próprio eleitorado”, afirmam os advogados da campanha do PT na petição.

Em outras palavras, se Bolsonaro quer uma democracia sem debate, uma eleição sem contraditório, o TSE (e a Globo) estão, ao fundo e ao cabo (sem precisar de soldado ou cabo), endossando a estratégia do candidato.

Sem debate? Novela.
Em lugar de ter acesso às ideias dos presidenciáveis para o Brasil, na antevéspera da da eleição (ou ao menos de um deles – Haddad, que confirmou presença), o cidadão brasileiro será brindado com a programação normal da emissora, com o “Globo Repórter” após a novela “Segundo Sol”.

A se confirmar o cenário colocado, esta será a primeira vez, desde a volta das eleições diretas (em 1989), em que não haverá debate presidencial no segundo turno das eleições (em 1994 e 1998 não houve segundo turno).

A pergunta que fica para o leitor é se a Globo:

a) Vai esperar novamente 50 anos para pedir desculpas ao povo brasileiro, como fez em relação a seu apoio à ditadura militar de 1964-1985; ou

b) Vai ouvir a voz das ruas, o clima de virada, a defesa da democracia – e realizar a entrevista (ou o debate), conforme a agenda antes combinada.

Se você acredita que a Globo deva dar outra resposta à questão, e entrevistar Haddad na sexta-feira, dia 26/10, envie sua mensagem para a emissora nas redes sociais:

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