TSE suspende mais uma propaganda eleitoral de Bolsonaro que distorce falas de Lula

Trechos de entrevista do ex-presidente foram recortados e editados para induzir os eleitores à falsa ideia de que ele apoia ações criminosas e a violência urbana

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A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianeri determinou nesta sexta-feira (14/10) a suspensão de uma propaganda eleitoral veiculada no rádio pela campanha do candidato Jair Bolsonaro que liga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à criminalidade.

Na peça publicitária, trechos de uma entrevista do ex-presidente e candidato foram recortados e editados para induzir os eleitores à falsa ideia de que o Lula apoia ações criminosas e a violência urbana. O mesmo conteúdo foi exibido em programas de Bolsonaro na TV e o TSE decidiu suspender a exibição em decisão publicada na noite de ontem.

Agências de checagem já atestaram que é falso que Lula tenha dito que ladrões roubam celulares para tomar cerveja.

“Conforme atestam agências de checagem, bem como a partir de simples pesquisa à internet, constato que a fala do candidato Luiz Inácio Lula da Silva utilizada na inserção JAMAIS EXISTIU nesses termos, tratando-se, isso sim, de montagem, mediante a reunião de frases que foram ditas em momentos distintos e em contextos distintos” afirmou a ministra, em sua decisão.

Caso a campanha de Bolsonaro não cumpra a decisão, será aplicada uma multa de R$ 50 mil.

A decisão foi concedida após a Coligação Brasil da Esperança (da chapa Lula/Alckmin) ter entrado junto ao TSE com ação apontando grave descontextualização na propaganda eleitoral de Bolsonaro no rádio.
“O programa ora atacado, em verdade, nada mais é senão uma desinformação destinada a manipular a opinião pública e atingir a lisura do processo eleitoral”, afirmam os advogados Miguel Novaes e Cristiano Zanin Martins, na ação

A Coligação Brasil da Esperança, que tem como candidato o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é formada pelos partidos PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros.

Aragão e Ferraro Advogados
Zanin Martins Advogados