Vamos ganhar em Minas porque este é o estado da independência, diz Lula em Juiz de Fora

Ex-presidente afirma que a candidatura não é dele, mas de dez partidos e de parte significativa da sociedade que acredita na democracia e na transformação do Brasil

Compartilhar:

Lula diz que vai ganhar em Minas porque é o Estado da Independência

Em conversa com a imprensa na tarde desta sexta-feira (21/10), em Juiz de Fora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que ganhará novamente as eleições em Minas, como ocorreu no primeiro turno, porque Minas é o estado da liberdade e os mineiros sabem que a candidatura dele representa a democracia e a possibilidade de um Brasil melhor.

“Vamos ganhar as eleições em Minas Gerais, com o governador apoiando ou não o meu adversário, porque esse aqui é o estado da independência e as pessoas sabem que minha candidatura, que não é minha, é de dez partidos, é de parte significativa da sociedade, que acredita na democracia e na nossa capacidade de executar um programa que seja o melhor possível para o povo brasileiro, sobretudo para os que mais necessitam”.

Em agenda em três cidades, entre sexta e sábado, Lula disse que está em Juiz de Fora para agradecer os votos e pedir um pouco mais na segunda fase da disputa. Segundo ele, a estratégia do governador reeleito Romeu Zema no segundo turno, depois de ficar neutro no primeiro para não perder os votos casados com ele, foi erro político grave e tentativa de enganar a sociedade.

Lula é travessia

Durante a entrevista, com presença também da ex-ministra Marina Silva e da senadora Simone Tebet, além da prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, Lula recebeu manifestação pública de apoio de Paulo Brant, vice-governador de Minas.

Brant afirmou que esse talvez seja o voto mais convicto de sua vida, nesse momento político em que a democracia está sob ameaça. “Além da questão da agenda do atual presidente ser equivocada, um horror na área ambiental, cultural, na educação e na saúde, o mais importante é que o que está em jogo é a manutenção da democracia”, alertou.

Segundo ele, democracia não é só realizar eleições, mas respeitar os poderes, a imprensa, a liberdade de opinião, as minorias, a diversidade, respeitar e gostar do diferente. “Felizmente nós temos essa alternativa para fazer essa grande travessia. Eu estava lembrando quando Tancredo foi eleito naquelas eleições indiretas, o lema aqui em Minas era ‘Tancredo é travessia’. Hoje, o lema é “Lula é travessia’, por isso estou com Lula”.

Único democrata no segundo turno

Na mesma linha de Brant, Simone Tebet, que falou antes do vice-governador, disse que, mais do que estar ao lado do único candidato democrata nesse segundo turno, ela jamais aceitaria estar ao lado de um presidente que é desumano, que não ama as pessoas, que não coloca as pessoas em primeiro lugar.

“E foi isso que nós vimos, lamentavelmente, nesses três anos e meio de governo Bolsonaro. Foi isso que eu presenciei na CPI da Covid. Quando o Brasil mais precisou do seu presidente, ele virou as costas para o povo brasileiro. E isso resultou em centenas de milhares de mortes prematuras. Mães chorando sobre o leito dos seus filhos”.

Marina Silva destacou a diversidade unida em torno do presidente Lula, com o simbólico de no momento em que Jair Bolsonaro quer dividir o Brasil, há duas mulheres diferentes ao lado de Lula. Uma mulher do Centro-Oeste e uma mulher da Amazônia. Uma que tem uma visão atualizada do que é a agricultura e uma que tem uma visão atualizada do que é meio ambiente. Uma branca e uma preta. Uma católica e uma evangélica.

“Estamos todos aqui em legítima defesa do Brasil que nós queremos e, por isso, Lula presidente é muito natural que seja assim. Muito obrigada, estou muito honrada de estar vivendo esse momento da história, porque só na democracia duas mulheres podem vir para esse momento aqui ajudar a fazer a diferença. Só na democracia o operário pode ser aquele que vai poder ajudar a preservar essa democracia”, afirmou.