“Vamos voltar e o pobre vai andar de avião”, diz Lula na USP

Em aula aberta na universidade, o ex-presidente lembrou legado de crescimento econômico e disse que, se eleito, voltará a fazer um governo de inclusão

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Em discurso na Universidade de São Paulo (USP), na noite desta segunda-feira (15/08), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, se ganhar as eleições e voltar à Presidência, fará novamente um governo de oportunidades, inclusão social e combate à fome, com o pobre podendo andar de avião, como acontecia nos quase 14 anos em que o PT esteve no poder.

“Nesse país, o pobre já tomou café da manhã, almoçava e jantava. A empregada doméstica era tratada com respeito, tinha férias, 13º salário, carteira assinada, podia visitar um parente em outro estado, de avião. Aí, começaram a dizer que o aeroporto estava virando rodoviária porque tinha muito pobre. Eles têm que saber. Nós vamos voltar e o pobre vai voltar para os aeroportos”, afirmou.

Lula mencionou o legado de crescimento econômico dos seus governos, com ações como geração de 22 milhões de empregos com carteira assinada, controle da inflação, redução da dívida pública e valorização do salário mínimo. Lembrou que o país viveu retrocessos com a saída do PT do poder e está em situação pior do que há 20 anos.

 “A gente só fica velho quando perde a causa e minha causa continua intacta. Se vocês estiverem dispostos, a gente vai recuperar esse país, a gente vai acabar com a inflação. Não vai ter mais mulher na fila do osso, ela vai estar comprando carne para comer. Não vai ter mais família comendo carcaça, vai estar comendo frango. As pessoas não vão estar na rua pedindo esmola, pedindo comida, criança dormindo na rua. Nós tínhamos acabado com isso. Isso não existia mais no Brasil”, disse a uma plateia de alunos e professores da maior universidade do país.

O ex-presidente disse não ser compreensível um país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo – e o primeiro de proteína animal – ter pessoas passando fome. Ele afirmou ser necessário reagir à destruição em curso e apontou as eleições deste ano como oportunidade para fazê-lo. “Em 2022 temos a responsabilidade de dizer que país a gente quer, que cultura a gente quer, que educação a gente quer. Está na nossa responsabilidade dizer que trabalho nos queremos, que política industrial nós queremos”.

O ex-presidente lembrou que, quando deixou a presidência, o país vivia uma conjuntura promissora, com a economia crescendo e disputando espaço com as maiores economias do mundo. Em vez de continuar crescendo e com novos avanços sociais, houve retração e perda de prestígio internacional. “Esse país retrocedeu. Esse país que foi a sexta economia voltou a ser a 13ª”, lamentou.