O Partido dos Trabalhadores apresenta nos próximos dias à sociedade um programa de reconstrução nacional para a superação da crise. Coordenado pela Fundação Perseu Abramo, com a colaboração dos grupos setoriais, núcleos de acompanhamento de políticas públicas do PT, além das bancadas do partido na Câmara e no Senado, o programa contempla ainda sugestões de outros partidos de oposição – PDT, PSOL, PSB e PCdoB – para destravar a economia e apontar um modelo de desenvolvimento econômico e social que permita ao Brasil reduzir as desigualdades e assegurar justiça social.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou o mote do programa – “Vamos juntos reconstruir o Brasil” – em seu pronunciamento à Nação, feito no Dia da Independência. “O essencial hoje é vencer a pandemia, defender a vida e a saúde do povo. É pôr fim a esse desgoverno e acabar com o teto de gastos que deixa o Estado brasileiro de joelhos diante do capital financeiro nacional e internacional”, disse Lula, no histórico discurso de 7 de Setembro.
Em junho, o Diretório Nacional do PT aprovou resolução acenando com um programa para superação da crise econômica e social, que permita ao país retomar o desenvolvimento e combater a desigualdade. A resolução “Defender a vida, o emprego e a democracia” aponta que o objetivo do Plano de Reconstrução do Brasil precisa superar a sabotagem à sociedade nacional pelo governo de Jair Bolsonaro, que vem prejudicando ações contra a pandemia do Covid-19, que resultou no desmonte do Estado brasileiro e impede o país de retomar a economia e dias melhores para o povo brasileiro.
O programa trata do papel do Estado no desenvolvimento e na prestação de serviços públicos, o que coloca o PT em oposição direta ao projeto de Paulo Guedes para a Economia. A proposta foi elaborada ao longo dos últimos três meses e diverge frontalmente dos caminhos trilhados pelo governo Bolsonaro em temas relacionados à economia e à democracia, além de sugerir políticas públicas em áreas que vão de meio ambiente, saúde, educação e cultura. “Lula está dizendo que o Brasil precisa ser reconstruído. O plano é a contribuição que o PT vai dar para o debate da esquerda e oposição ao Bolsonaro para essa reconstrução”, afirma a presidenta Gleisi Hoffmann (PR).
A ideia é sinalizar caminhos para a superação da crise e assegurar uma transição para a saída da crise sanitária e econômica, aprofundadas pelo papel omisso e irresponsável do Palácio do Planalto na gestão da pandemia, e também apontar um programa de reconstrução do país para os próximos anos. “Em torno desse Plano de Reconstrução Nacional, o PT envolverá os partidos, movimentos e frentes num grande debate na sociedade sobre os rumos do país e os caminhos do enfrentamento à crise, para apresentar ao povo brasileiro um programa de curto, médio e longo prazos, articulado com o objetivo de defesa da vida, do emprego, da economia popular e da soberania nacional pós-crise”, diz a resolução.
O partido tem alertado que o quadro de crise que vai se instalar no pós-pandemia será ainda mais dramático devido aos caminhos políticos e econômicos que o país percorreu depois do Golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. A pandemia exacerbou uma situação de miséria, desigualdade, exploração e racismo a que o país foi historicamente submetido pelas classes dominantes.
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