Lula faz sua primeira viagem ao exterior, convidado a participar de um congresso da Toyota no Japão. Lá, fica sabendo que seu irmão Frei Chico, ligado ao PCB, havia desaparecido: estaria morto ou preso. É orientado a não voltar ao Brasil, tamanho o risco de ser morto pela repressão. Lula ignora a recomendação e volta para procurar o irmão. Vai ao II Exército, ao Dops, e só um mês depois descobre o paradeiro de Frei Chico, que àquela altura era torturado no DOI-CODI, o mesmo local em que o regime fizera, dias antes, uma de suas mais famosas vítimas: o jornalista Vladimir Herzog, morto sob tortura em 25 de outubro. Nos 21 anos de governo militar, entre 1964 e 1985, a repressão seria responsável por pelo menos 437 mortes e desaparecimentos, segundo levantamento de 2007 da SecretariaEspecial de Direitos Humanos da Presidência da República. O episódio vivido pelo irmão contribui para que Lula fortalecesse sua oposição à ditadura e passasse a não medir palavras nas assembleias.
“Se tiver que ser preso pelo que eu penso, que eu seja preso.”
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