Lula é candidato à Presidência da República pela segunda vez. Seu principal adversário é o sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Como ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, ele é lançado como “o pai do Plano Real”, exitoso no controle da inflação ao adotar o dólar como lastro para a criação, em março, de uma moeda transitória, a Unidade Real de Valor (URV), precursora do real, introduzido em 1º de julho. Candidato pelo PSDB, Fernando Henrique — que recebera o apoio do próprio Lula quando concorreu ao Senado, em 1978, e presenciara algumas reuniões de organização do PT, em 1979 — é apoiado agora por todos os setores que, naquele momento, temiam uma vitória de Lula.
Com um farto material captado em vídeo durante as Caravanas da Cidadania, desde o ano anterior, e famoso por organizar comícios lotados, com a participação de diversos artistas, Lula é surpreendido por uma lei aprovada no Congresso por iniciativa do PSDB e do PFL, seus adversários: naquele ano, ficaria proibida a exibição de cenas externas nos programas eleitorais.
Em razão da campanha, Lula deixa novamente a presidência do PT, sendo substituído por Rui Falcão. No 10º Encontro Nacional do partido, realizado no ano seguinte, em Guarapari, seria escolhido o nome de José Dirceu para a presidência. Desde então, Lula seria apresentado como “presidente de honra”. Denúncias contra José Paulo Bisol, que fora candidato a vice em 1989 e repetiria a dobradinha em 1994, obrigam a formação de uma nova chapa, já com a campanha em curso. O então deputado Aloizio Mercadante assume seu lugar.