No dia 2 de janeiro de 2003, no seu primeiro dia de trabalho como presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva recebeu para uma audiência o então Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Sérgio Vieira de Mello. Oito meses depois, o diplomata, um dos mais brilhantes do seu tempo, morreria em um atentado à bomba contra o prédio da ONU em Bagdá, junto com outros 21 funcionários da organização mundial.
O ex-presidente, em um encontro gravado no mês passado, no Instituto Lula, em que reconstituiu os seus primeiros dias de governo, contou como via o diplomata: O Sérgio era uma pessoa de uma disposição de trabalho extraordinária. Ele passava certeza de sucesso com cinco minutos de conversa”. Funcionário da ONU desde os 21 anos e filho de diplomata, ele viveu muito tempo fora do país, mas valorizava o que tinha aprendido como brasileiro. “Ele acreditava nas coisas que ele fazia, ele acreditava no jeito brasileiro de tratar as coisas e tinha muita, mas muita certeza na sua participação exitosa como representante da ONU lá em Bagdá”.
Nesta sexta-feira, dia 15 de março, em que Vieira de Mello completaria 10 anos, o Instituto Lula divulga parte desse relato de Lula, como uma homenagem ao diplomata que foi admirado em todo mundo, foi retratado em diversos documentários e livros e definido pela escritora Samantha Power, autora da biografia “O Homem que queria salvar o mundo”, como “uma mistura de James Bond com Bobby Kennedy”, por sua habilidade em lidar com situações de conflito e por seu carisma.
A morte de Sérgio Vieira de Mello, para Lula, foi um prejuízo imenso para a diplomacia mundial. “Foi uma perda irreparável para o Brasil porque a gente não consegue produzir um diplomata da qualidade do Sérgio Vieira todo dia, todo ano. Isso é um processo seletivo na natureza que vale pra tudo, vale para uma semente, vale para um animalzinho, vale para um ser humano. Ele era uma pessoa especial, uma pessoa diferenciada e foi um prejuízo enorme para a diplomacia mundial a morte do nosso companheiro Sérgio Vieira”.
Após a morte do brasileiro, foi criada a Fundação Sérgio Vieira de Mello, dedicada à promoção do diálogo para a solução pacífica de conflitos e que se atribui a finalidade de continuar a missão de Sérgio. Além do livro de Samantha Power, existem outras biografias do brasileiro e dois documentários: “A caminho de Bagdá”, dirigido pela brasileira Simone Duarte, e “Sérgio”, de Greg Barker. Veja abaixo o trailler do filme de Greg Baker.
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