Os atletas brasileiros estão fazendo sucesso em Tóquio. Um gesto dos nossos medalhistas tem causado curiosidade em quem acompanha os jogos do outro lado do mundo: alguns esportistas têm prestado continência no pódio e durante algumas celebrações. Esse gesto está ligado a um programa para atletas militares, o PAAR, criado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2008.
O Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) é fruto de uma parceria entre os ministérios da Defesa e dos Esportes e fortalece a equipe militar em competições de alto nível ao mesmo tempo em que serve como incentivo econômico para os atletas.
Os atletas ingressam no programa por meio de alistamento voluntário, por edital, com comprovação de bom rendimento no esporte e se tornam “militares temporários” do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Eles têm direito a um salário (equiparado ao de terceiro sargento), 13º, plano de saúde, férias, assistência médica, nutricionista e fisioterapeuta, além de treinos em instalações esportivas militares.
O programa atualmente conta com 551 atletas e um investimento de R$ 38,3 milhões por ano. 92 atletas militares do PAAR foram classificados para as Olimpíadas de Tóquio. São 162 homens e 140 mulheres que competirão em 35 das 50 modalidades olímpicas.
O PAAR foi de fundamental importância durante a pandemia da covid-19, período em que muitos clubes cortaram o salário dos atletas, que só puderam se manter graças ao salário pago por esse programa criado lá atrás por Lula para que aquele protótipo de atleta, em 2008, pudesse brilhar, 16 anos depois, lá em Tóquio. Nesse contexto, a continência dos esportistas é um gesto de reconhecimento, apesar de não obrigatória.
Quando assumiu a presidência da República pela primeira vez, em 2003, Lula colocou o esporte como uma de suas prioridades na formulação das políticas públicas, por seu papel transformador que este exerce na vida de muitas crianças e famílias mais pobres.Com a Lei de Incentivo ao Esporte (2006) e o Bolsa Atleta (2005), Lula concretizou o sonho de milhares de crianças. Ele investiu em modalidades que tinham menos visibilidade, permitiu que esses atletas recebessem por seu treinamento e dedicação ao esporte e promoveu a nacionalização do esporte no Brasil.
Hoje, nas Olimpíadas de Tóquio, 80% dos atletas brasileiros recebem o benefício do Bolsa Atleta – são 242 participantes dos 302 que compõem a delegação brasileira. De 2005 a 2015, foram concedidas 43 mil bolsas para 17 mil atletas brasileiros.