A inflação dos alimentos que fazem parte da cesta básica disparou no mês de março no Brasil e superou a marca de 21% no acumulado de 12 meses. Isso é o que indica um estudo de professores do curso de economia da PUCPR. O motivo? Além da desastrosa condução da economia pelo atual governo, Bolsonaro destruiu os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o que dificulta o controle dos preços dos alimentos.
Enquanto isso, o atual presidente da República afirma que a população terá que conviver “por um longo tempo ainda” com a inflação dos alimentos, com a calma de quem não se preocupa com os mais de 19 milhões de brasileiros que ficam mais de 24 horas sem comer. Bolsonaro tem o prato transbordando de comida e o governo transbordando de escândalos. Jair tenta culpar a guerra na Ucrânia e a alta no preço do trigo pela inflação recorde do tomate, da batata, do óleo de soja… A conta não fecha.
De fevereiro para março, a inflação da cesta básica saltou de 2,02% para 5,27% no Brasil. Assim, a alta no acumulado de 12 meses passou de 12,67% para 21,46%. Essa variação corresponde a quase o dobro do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que acumulou 11,30% no acumulado de 12 meses até março.
De acordo com o mesmo estudo, que tem como base os dados de alimentos dentro do IPCA, apenas no mês de março os maiores aumentos entre produtos da cesta básica foram o tomate (27,22%), leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), feijão (6,43%) e batata inglesa (4,89%).
Além do pífio desempenho da economia, outras decisões desastrosas do governo Bolsonaro contribuem para a atual situação. Em 2019, Bolsonaro fechou 27 unidades armazenadoras da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Esses estoques de alimentos são, em linhas gerais, uma maneira de o Estado proteger agricultores e consumidores dos riscos inerentes da atividade agrícola, como chuvas, seca e etc.
Quando a safra estava abundante, o governo comprava e estocava o excedente de produção. Os estoques, além de serem utilizados para doações de alimentos em situações emergenciais, eram uma potente ferramenta contra a inflação: quando a quantidade de determinado alimento estava muito baixa no mercado, o governo usava os estoques públicos para injetar mais daquela comida. Quanto mais produto no mercado, menor o preço do produto.
Era uma forma de controlar o preço dos alimentos, dar apoio à agricultura familiar e operacionalizar uma política de segurança alimentar e nutricional.
Sem os estoques públicos, todo mundo fica suscetível às mudanças do clima e também ao humor do mercado, gerando o resultado que vemos: inflação disparada, o preço do alimento nas alturas, e a fome voltando a aterrorizar os lares brasileiros.
Com Lula e Dilma, a agricultura familiar e a questão da alimentação do povo brasileiro eram prioridade, com programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e a valorização da agricultura familiar. Em julho de 2010, a Conab chegou a ter mais de 5,5 milhões de toneladas de milho armazenadas. Em 2012, eram 1,5 milhão de toneladas de arroz.
Com Bolsonaro, temos apenas o cenário de terra arrasada, sem políticas de combate à fome e distribuição de renda, com o desmonte de políticas já consolidadas e a total inabilidade de conduzir a economia brasileira à recuperação, como foi prometido por Paulo Guedes. O povo sente no bolso e no prato.
O número mais assustador é referente ao tomate, que acumulou alta de 94,55% em 12 meses. O café acumulou 64,66%, o açúcar cristal 35,68%, a batata-inglesa 27,15%, o óleo de soja 23,75% e a margarina 20,09%. Só o arroz apresentou um recuo de 13,88%.
Especialistas preveem que o preço do alimentos ainda deve castigar os brasileiros pelos próximos meses. A total inabilidade do governo Bolsonaro em conduzir uma retomada, ainda que tímida, da economia tem piorado o cenário pós-pandemia.
A inflação alta e os mais de 12 milhões de brasileiros desempregados fizeram voltar ao presente um passado que parecia esquecido, de fome e miséria. Pessoas revirando lixo em busca de comida voltaram a estampar as manchetes dos principais jornais do País.
De acordo com o Dieese, o trabalhador comprometeu 58,57% de sua renda, em média, para adquirir produtos da cesta básica, em março. Em fevereiro, essa porcentagem havia sido de 56,11%.
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