Muitos brasileiros que usam o iFood tomaram um susto ao acessar o aplicativo na noite do feriado desta terça-feira (2). Isso porque os nomes dos restaurantes foram substituídos na plataforma por uma série de mensagens de ódio e disseminação de fake news. Ataques às vacinas contra a Covid-19, xingamentos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mensagens de ódio contra a vereadora Marielle Franco juntaram-se a chamadas em apoio a Jair Bolsonaro. Um retrato da violência propagada por Bolsonaro e seus apoiadores.
Na manhã de quarta, a empresa confirmou que o ataque foi conduzido por um funcionário terceirizado e não se tratou de uma invasão hacker. O iFood também afirmou que os dados de clientes e colaboradores ficaram protegidos. Mesmo assim, muitos usuários relataram ter retirado seus cartões de crédito e débito cadastrados da plataforma.
O incidente foi causado por meio da conta de um funcionário de uma empresa prestadora de serviço de atendimento que tinha permissão para ajustar informações cadastrais dos restaurantes na plataforma, e que o fez de forma indevida.
— iFood (@iFood) November 3, 2021
Os dados de meios de pagamento não são armazenados nos bancos de dados do iFood, ficando gravados apenas nos dispositivos dos próprios usuários, não tendo havido comprometimento de dados de cartões de crédito.
— iFood (@iFood) November 3, 2021
De acordo com o aplicativo, 6% dos restaurantes tiveram seus nomes alterados para ataques de cunho político como “Lula ladrão”, “vacina mata” e Marielle de Franco Peneira”, em referência à vereadora do Rio de Janeiro assassinada por milicianos em 2018. Havia também mensagens de apoio a Jair Bolsonaro, como “Bolsonaro 2022”.
Se tem uma coisa que eu não entendo (e esse caso do ifood é mais um exemplo) é esse ódio contra a figura da Marielle.
— Samuel Pancher (@SamPancher) November 3, 2021
Mano, era uma vereadora do RJ, não fazia mal a ninguém. Foi assassinada de maneira cruel.
Por que uma turma que diz odiar bandido fica ao lado deles nesse caso?
Veja a nota do iFood enviada ao UOL na terça-feira
“Na noite de hoje, 2 de novembro, o iFood identificou que alguns estabelecimentos cadastrados na plataforma tiveram seus nomes alterados. Aproximadamente 6% dos estabelecimentos foram afetados. A empresa tomou medidas imediatas para sanar o problema e proteger os dados de restaurantes, consumidores e entregadores. Em investigações preliminares, a empresa informa que não há qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais cadastrados na plataforma, tampouco de dados de cartão de crédito.”