8,3 milhões de brasileiros estão fora do Auxílio Brasil

Critério de renda desatualizado penaliza famílias inteiras que sofrem com empobrecimento e insegurança alimentar

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Milhões de brasileiros vivem uma realidade de abandono do Estado e sofrem diariamente com o empobrecimento e a insegurança alimentar. São famílias inteiras que deveriam receber o Auxílio Brasil, mas estão excluídas por falhas no programa de transferência de renda.

Reportagem publicada pelo jornal O Globo, no último domingo (07/08), traz um estudo realizado por economistas do Insper que revela como os critérios desatualizados do Auxílio permitem que 8,3 milhões de brasileiros não recebam o benefício de assistência social. Além disso, essas famílias pobres sofrem com as dificuldades para fazer o cadastramento.

A principal razão é que o atual governo não recompôs as perdas da inflação para corrigir o critério de renda que estabelece quais famílias podem ingressar no programa e receber o benefício. Com isso, o valor está defasado. Hoje, a linha que define que uma família está em situação de extrema pobreza é a renda de até R$ 105 per capita. Para a situação de pobreza, o teto é de R$ 210 per capita.

De acordo com os economistas do Insper, as linhas de extrema pobreza e de pobreza deveriam ser, hoje, R$ 143 e R$ 287, respectivamente. Com isso, 8,3 milhões famílias que têm renda entre R$ 210 e R$ 287 estão desassistidas e deveriam ser incluídas no programa.

Bolsa Família renovado e ampliado

As diretrizes do programa de governo do Movimento Vamos Juntos pelo Brasil estabelecem que o Bolsa Família, o maior e mais eficaz programa de transferência de renda da história deste país, será renovado e ampliado com urgência para garantir renda compatível com as atuais necessidades da população. “Um programa que recupere as principais características do projeto que se tornou referência mundial de combate à fome e ao trabalho infantil e que inove ainda mais na ampliação da garantia de cidadania para os mais vulneráveis. Um programa que, orientado por princípios de cobertura crescente, baseados em patamares adequados de renda, viabilizará a transição por etapas, no rumo de um sistema universal e uma renda básica de cidadania.”