O dia 12 de outubro é um dos mais importantes no calendário dos brasileiros de fé. O dia da padroeira do Brasil não era um dia pedir votos, mas de pedir bençãos. Infelizmente, para lá se dirigiu o presidente Jair Bolsonaro, que fez chacota com a fé do povo brasileiro ao transformar uma celebração da fé em comício, baderna e tumulto. Bolsonaro se declara católico, mas ataca cristãos, ofende e profana a igreja.
Apoiadores do presidente foram à Basílica de Nossa Senhora Aparecida fantasiados de verde e amarelo, as cores da bandeira de todos os brasileiros, não só de um partido ou candidato. Lá, beberam álcool, criaram confusão, foram agressivos com a imprensa, gritaram palavrões, os fiéis e mesmo membros da igreja. Chegaram ao limite de xingar o bispo em frente à Basílica.
Um dos momentos mais importantes, que historicamente ocorre às 15 horas do dia 12 de outubro, a Consagração à Nossa Senhora Aparecida, foi interrompido por bolsonaristas. Mas a cerimônia foi interrompida diversas vezes porque apoiadores de Bolsonaro vaiavam o padre celebrante do lado de fora.
Em outro momento, um rapaz que vestia vermelho foi perseguido e ameaçado dentro do Santuário por conta da cor de sua camiseta. Não é de hoje que o bolsonarismo persegue religiosos que não rezam a sua cartilha, mas, em Aparecida, eles foram longe demais.
Além de ofender clérigos, a milícia digital já criou uma série de imagens falsas para constranger Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida do Norte. Também mente sobre a fé do ex-presidente Luiz Inácio Lula e sobre o seu legado.
Mentem que Lula vai fechar igrejas, mas são eles que interrompem a missa com violência e agressividade. A verdade é que temos fatos históricos e oito anos de Lula como presidente sem que qualquer igreja tenha sido fechada. Lula jamais falou ou concordaria com tamanho disparate.
Tanto é que é de Lula a lei que deu liberdade de organização e estruturação de igrejas, a Lei da Liberdade religiosa. Foi Lula quem incluiu a Marcha para Jesus no calendário oficial do Brasil. Além de respaldo legal que assegura o respeito com a religião e seus seguidores, a Lei sancionada por Lula garantiu que os evangélicos pudessem professar publicamente a fé e se reunirem em nome da crença.
“Minha fé é inabalável. E ela me garante que a verdade sempre vai vencer na minha vida. […] Quem fala mal das pessoas que lutam por justiça social, não conhece a história de Jesus Cristo. Foi Jesus quem mais brigou pelos pobres, quem mais defendeu aqueles que mais precisavam. E foi crucificado pelo que ele representava. As religiões precisam se respeitar. Precisamos construir um país de paz e não de ódio.” — Lula