ONU condena atos de violência na eleição brasileira

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Em uma declaração emitida nesta sexta-feira (12/10) em Genebra, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou atos de violência na eleição brasileira e se disse “profundamente preocupado” com o clima de hostilidade. A organização internacional cobrou que líderes políticos nacionais também condenem explicitamente tais atos.

A comissão “condena atos de violência no contexto eleitoral no Brasil e expressa preocupação com a incidência desproporcional em mulheres e população LGBTI”. O órgão ainda fez um “chamado para estimular um debate de ideias pacífico e democrático”.

Confira a íntegra da declaração da ONU:

“Condenamos qualquer ato de violência e pedimos investigações imediatas, imparciais, efetivas sobre tais atos. O discurso violento e inflamado dessas eleições, especialmente contra LGBTI, mulheres, afrodescendentes e aqueles com visões políticas diferentes, é profundamente preocupante, especialmente pelos relatos de violência contra tais pessoas.

Pedimos a líderes políticos e a todos aqueles com influência a condenar publicamente qualquer forma de violência durante este período eleitoral delicado e a convocar todos os lados para que se expressem de forma pacífica e com total respeito pelo direito dos demais”.

Confira o texto em inglês:

We condemn any acts of violence, and call for prompt, impartial and effective investigation of such acts. The violent and inflammatory speech during these elections, particularly against LGBTI, women, Afro-descendants and those with differing political views, is deeply worrying, particularly given the reports of violence against such individuals.

We call on political leaders and all those with influence to publicly condemn any form of violence during this delicate electoral period, and to call on all sides to express themselves peacefully, with full respect for the rights of others.

Com informações do Estadão. 

Ainda sobre as eleições no Brasil, vale lembrar que o Comitê de Direitos Humanos da ONU tinha emitido dois documentos determinando que o Estado brasileiro garantisse a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato, assegurando seus direitos políticos. A determinação não foi cumprida pelo governo brasileiro.