Como já mostramos aqui, apesar de não ter a gasolina mais cara do mundo em valores absolutos, o preço da gasolina é o que mais pesa para o bolso do brasileiro em comparação com outros países ao redor do globo.
Isso fica bem nítido em uma comparação simples que fizemos usando Estados Unidos, Reino Unido e Argentina como base. Esses países também têm o salário mínimo estabelecido por lei e níveis diferentes de produção de combustível, por isso consideramos que são bons parâmetros de comparação.
Os Estados Unidos têm o salário mínimo de U$1.256,70 (R$ 7094,57) e o preço médio do litro de gasolina é U$ 0,98 (valores de 29 de novembro). Um tanque de gasolina 35 litros custa U$ 34,30, o equivalente a apenas 2,72% do salário mínimo norte-americano.
No Reino Unido, o salário mínimo é equivalente a 11.554,12 reais. O litro da gasolina para eles sai a 10,74 reais, o que deixa o tanque de 35 litros custando 375,90 reais. No entanto, como o salário mínimo é alto, a proporção do gasto é baixa, apenas 3,25%.
Para os hermanos argentinos, a proporção de gasto é de 11,65%. O salário mínimo na Argentina é equivalente a 1624,94 reais. Para eles, o litro da gasolina sai a R$ 5,41 e o tanque de 35 litros a R$ 189,35. Mesmo assim a porcentagem é quase metade daquela verificada no Brasil.
Sendo assim, nada se compara ao prejuízo que nós, brasileiros, temos ao encher o tanque. Com o salário mínimo a R$ 1100 e o litro da gasolina custando em média R$ 6,78 (chega a R$ 8 em alguns lugares do Brasil), a nossa proporção de gasto do salário passa dos 21,57%. E é claro que isso tem um impacto muito maior para as famílias mais pobres, que também sofrem com o alto preço dos alimentos. É uma cadeia cruel e interminável de exclusão, endividamento, fome, desemprego e desespero proporcionada por Bolsonaro e sua equipe.
Os altos preços e constantes reajustes nos combustíveis e no gás de cozinha são resultado da política de dolarização adotada pela Petrobras desde 2019, que atrela os preços cobrados pela petrolífera à cotação da moeda americana, garantindo lucro dos acionistas e prejudicando a população brasileira.
Em entrevista recente, Lula disse que se for eleito no ano que vem, não manterá essa política de paridade de preços internacionais do petróleo. Ele vai retomar a mesma política de preços adotada durante os governos do PT.
Para Lula, “quem tem que lucrar com a Petrobras é o povo brasileiro”.