Em tempos de desgoverno, com carestia generalizada, está cada dia mais difícil sobreviver no Brasil. Reportagem da Folha publicada nesta quarta-feira, 13, conta que a inflação dos alimentos que compõem a cesta básica superou 20% no acumulado de 12 meses, entre abril de 2021 e março de 2022, segundo estudo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). A inflação desses itens ficou muito acima do índice geral de 11,3%, no período, e a disparada dos preços dos combustíveis é um dos fatores que explicam a alta.
Com forte impacto sobre o orçamento das famílias mais pobres, o tomate quase dobrou de preço, enquanto o café aumentou 64,7%, o açúcar cristal, 35,7%, a batata inglesa, 27,3%, o óleo de soja, 23,8% e a margarina, 20,1%. A dificuldade do trabalhador é agravada pelo fato de os acordos salariais, em sua maioria, se darem abaixo da inflação, o que resulta em perda de poder de compra, empobrecimento e fome, porque o dinheiro não dá para comprar tudo.
Pesquisa recente Datafolha, com 2500 pessoas em 181 municípios, mostrou que um em cada quatro brasileiros não teve comida suficiente em casa nos últimos meses, razão pela qual o Brasil vê cenas tristes de pessoas buscando comida revirando lixos ou na fila de osso para acessar algum tipo de proteína animal.
O ex-presidente Lula tem se mostrado bastante preocupado com o aumento da inflação, que precisa ser debelada, e também com a alta desenfreada dos combustíveis. Sobre gasolina, óleo diesel e gás, o ex-presidente defende que os preços sejam abrasileirados, com aumento do refino para que o Brasil deixe de importar e passe a exportar derivados do petróleo.
“Controlar a inflação é uma obrigação para garantir ao povo trabalhador o seu poder de compra, o seu poder aquisitivo, para que as pessoas não tenham que piorar a qualidade da sua comida a cada dia. Eu tenho visto muita gente na televisão dizendo: hoje eu fui no supermercado, eu comprei menos, eu diminuí a minha compra, eu trazia um carrinho cheio agora estou trazendo meio carrinho. Eu comprava carne, eu comprava um quilo de carne por semana, hoje eu compro um quilo de carne por mês. No nosso governo a gente não só aumentou muito o Pronaf como a gente tinha programa de garantir a compra do alimento para que o alimento chegasse barato na mesa do povo”, disse recentemente.
Lula também lembra outros feitos de seu governo que permitiam que o trabalhador vivesse bem melhor do que hoje. A meta de inflação de 4,5% foi cumprida, enquanto cerca de 90% dos acordos salariais das categorias organizadas se davam acima da inflação, mantendo o poder de compra e, por que não dizer, também a alegria.