Ricardo Berzoini, integrante da coordenação da campanha de Lula, reafirmou que o ex-presidente será candidato durante entrevista concedida ao portal Metrópoles nesta quarta-feira (1º/8). Ele também falou sobre os próximos passos da campanha.
“Primeiro, vamos lutar pela liberdade de Lula, para que ele possa fazer campanha. Depois, trabalhar com o pressuposto de que ele está preso justamente porque forças políticas e econômicas poderosas arranjaram todo um processo para acelerar o julgamento dele na segunda instância e mantê-lo encarcerado no momento eleitoral”.
Berzoini ligou essas “forças” aos grupos que patrocinaram a entrega do pré-sal , àqueles que querem privatizar o SUS e a previdência social, que fizeram a reforma trabalhista e que pretendem, basicamente, maximizar a rentabilidade do capital em detrimento dos trabalhadores e do povo em geral. Ele citou, por exemplo, as petroleiras internacionais e os grandes bancos.
Nesse sentido, Berzoini, que já foi ministro do Trabalho e da Previdência, disse que revogar a reforma trabalhista do governo golpista de Michel Temer é urgente. Segundo ele, essa reforma criou uma série de mecanismos que passaram a facilitar a vida dos empresários: “não para gerar mais empregos, mas para terceirizar e precarizar as relações, o que acabou causando desemprego”.
Berzoini afirma que a tributação sobre dividendos, que acontece em todos os países desenvolvidos, pode ser uma forma de financiamento. “Hoje, o trabalhador paga 27,5% com imposto de renda e o acionista é isento. E isso foi criado pelo PSDB no governo Fernando Henrique Cardoso”.
Justamente para acabar com o que chamou de “paraíso fiscal para ricos e inferno fiscal para os pobres”, ele falou sobre a necessidade de uma reforma tributária.
O ex-ministro credita o primeiro lugar de Lula nas pesquisas eleitorais à memória positiva da população em relação aos governos do PT, principalmente aos programas sociais como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Luz para Todos, Prouni, a criação de 20 milhões de empregos, entre outros. Além disso, ele vê uma forte identificação da população com a força e história de luta de Lula. “Tanto que um em cada cinco brasileiros tem simpatia pelo PT, de acordo com as pesquisas. Em um país de baixa politização isso é algo extraordinário”.
Por isso, para Berzoini, pelo legado dos governos do PT, pelas circunstâncias e por tudo o que viveu, Lula tem o desafio e “quase a obrigação” de ser candidato. “Vamos ganhar para colocar o orçamento a serviço do povo, para colocar a economia a serviço do crescimento e, principalmente, para gerar emprego”.