Famílias de menor renda, que diminuíram o padrão de consumo de determinados produtos para fugir dos preços altos, seguem sofrendo com a inflação descontrolada que também chegou a alimentos de qualidade e valor nutricional menor.
Em reportagem publicada na edição digital no sábado e no impresso no domingo, a Folha de São Paulo conta que nem o pé de frango escapou da inflação, assim como outros cortes que já foram desprezados pelos brasileiros, mas que hoje são alternativas para caber no orçamento em contexto de carestia generalizada dos preços e insensibilidade do governo para resolveu os problemas que penalizam as populações mais pobres.
Há relatos de personagens contando pagarem hoje o dobro pelo quilo pescoço e do pé de frango, por exemplo, e o próprio jornal constatou em dois açougues da zona norte do Rio de Janeiro o pé de frango era vendido a R$ 9 e R$ 10 nos últimos dias, ao menos 50% mais caro do que os R$ 6 cobrado há cerca de um ano.
“Hoje comprei pé. Paguei R$ 11,90 no quilo, mas semanas atrás paguei cerca de R$ 9. Antes eu costumava pagar menos de R$ 5 no quilo”, contou à reportagem uma educadora de 74 anos moradora da periferia de São Paulo.
A reportagem registra que um levantamento consultoria Safras & Mercado, mostra que, no atacado paulista, o quilo de pé de frango passou de R$ 2,90, em dezembro, para R$ 4,60, em julho, alta de quase 60%. “No mesmo intervalo, o quilo do pescoço de frango subiu 64,3%, de R$ 2,80 para R$ 4,60”, diz o jornal.
Famílias mais pobres
A conjuntura de inflação alta, desemprego e desvalorização salarial gerou empobrecimento da população e colocou o Brasil novamente no Mapa da Fome, de onde havia saído em 2014, como resultado das políticas de inclusão social dos governos Lula e Dilma. Hoje, o país tem um contingente de 33 milhões de pessoas passando fome, segundo pesquisa da Rede Penssan.
O ex-presidente tem apontado o combate à fome como a grande prioridade de um eventual novo governo, assim como a geração do empreso, o crescimento da economia e a inclusão do pobre no orçamento.
Diretrizes
As diretrizes do plano de governo do movimento Vamos Juntos pelo Brasil, da chapa Lula-Alckmin, reforçam o compromisso com o enfrentamento da fome e com as políticas de inclusão social. A diretriz expressa que a retomada da centralidade e da urgência no enfrentamento da fome e da pobreza é estratégica, assim como a garantia dos direitos à segurança alimentar e nutricional e à assistência social.
“Produzimos comida em quantidade para garantir alimentação de qualidade para todos. No entanto, a fome voltou ao nosso país. Além de uma questão de soberania, o enfrentamento da fome exigirá mais empregos e mais renda para os mais pobres e será prioridade em nosso governo. Trabalharemos de forma incansável até que todos os brasileiros e as brasileiras tenham novamente direito ao menos a três refeições de qualidade por dia”.