Com preços altos, população compra alimentos de pior qualidade

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Em um país que se chocou recentemente com notícias de pessoas em fila de açougue à espera de ossos ou revirando lixo em busca de alimento, a lista de absurdos a que a população pobre é submetida para tentar sobreviver não para de crescer. Soro de leite, carcaça e pele de frango já são realidade na lista de compras de famílias de baixa renda.

Agora, há ainda outros itens de baixo padrão de consumo que estão nas gôndolas dos supermercados. Em reportagem desta quarta-feira, a Folha de São Paulo conta que supermercados da periferia da metrópole vendem feijão fora do tipo e restos de queijo e presunto.

Em declaração à reportagem, uma desempregada disse que, na casa dela, comer pé e carcaça tem sido luxo. “Nem ovo a gente pode comprar mais, porque tá caro”, disse

Pesquisa recente da Rede Penssan revelou que o Brasil tem um contingente de 33 milhões de pessoas passando fome. A estimativa é de que 105 milhões tenham algum tipo de insegurança alimentar.

Combate à fome é prioridade
Em suas manifestações públicas, o ex-presidente Lula tem se mostrado bastante preocupado com o fato de a fome estar atingindo tanta gente, num país que é um dos maiores produtores de alimento do mundo.

A situação atual revela um dos maiores retrocessos que aconteceram no país depois da saída do PT do poder. Por causa das políticas de inclusão social daquele período, o Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome da ONU. Neste mês de julho, a entidade anunciou o que o Brasil voltou a fazer parte a lista.
Lula tem dito que o combate à fome é uma grande prioridade, assim como investimentos para fazer o Brasil crescer e gerar empregos.

Diretrizes
As diretrizes do plano de governo do movimento Vamos Juntos pelo Brasil, da chapa Lula-Alckmin, reforçam o compromisso com o enfrentamento da fome e com as políticas de inclusão social. A diretriz 5 registra que o primeiro e mais urgente compromisso é com a restauração das condições de vida da imensa maioria da população brasileira – os que mais sofrem com a crise, a fome, o alto custo de vida, os que perderam o emprego, o lar e a vida em família.

“São esses brasileiros e brasileiras que precisamos socorrer, tanto por meio de ações emergenciais quanto por meio de políticas estruturantes, desde o primeiro minuto de um governo que será eleito para reconstruir o Brasil, superar a crise presente e resgatar a confiança no futuro”, diz o documento.

A diretriz 18 também expressa que a retomada da centralidade e da urgência no enfrentamento da fome e da pobreza é estratégica, assim como a garantia dos direitos à segurança alimentar e nutricional e à assistência social.

“Produzimos comida em quantidade para garantir alimentação de qualidade para todos. No entanto, a fome voltou ao nosso país. Além de uma questão de soberania, o enfrentamento da fome exigirá mais empregos e mais renda para os mais pobres e será prioridade em nosso governo. Trabalharemos de forma incansável até que todos os brasileiros e as brasileiras tenham novamente direito ao menos a três refeições de qualidade por dia”.