A empresários, Lula diz que governo precisa de credibilidade, estabilidade e previsibilidade

Em Brasília, ex-presidente visitou a sede da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e recebeu da direção da entidade documento com demandas do setor

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Em encontro hoje, em Brasília, com a direção da Confederação Nacional do Transporte (CNT), da qual recebeu documento com demandas do setor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil andou para trás e, para fazer tudo que precisa para consertar o que foi desfeito, o governo precisa de credibilidade, estabilidade e previsibilidade, palavras que considera mágicas para um gestor público.

“Primeiro, as pessoas que compõem a sociedade têm que acreditar naquilo que o governo está falando. Segundo, as pessoas precisam ter certeza de que há estabilidade política, estabilidade econômica e estabilidade jurídica para que as coisas discutidas possam acontecer. E, você não pode ser pego de surpresa, a cada dia que você levanta, com notícia diferente do que foi acordado. É por isso que considero essas palavras mágicas”.

A uma plateia de empresários, Lula lembrou projetos de seu governo na área de infraestrutura de transporte, como o fortalecimento da indústria naval, da navegação de cabotagem, de ferrovias e rodovias. Ele disse que fatos como a redução pela metade da comercialização de carros, desde que ele saiu do governo, é uma demonstração de que o país andou para trás porquê alguém trabalhou para isso.

“Lamentavelmente, a gente não conseguiu fazer os avanços que a gente pensava fazer. A indústria naval acabou, a ferrovia andou menos do que poderia andar, as rodovias andaram menos do que deveriam andar. Nós vamos ter que começar como se fosse um posto de gasolina: O País sob nova administração”, afirmou, reconhecendo haver entraves tributários e refletindo que, talvez, em vez de fazer uma reforma complexa, a solução seja fazer, ponto por ponto, as mudanças cruciais em modelo de tributação satisfatória para todos.

Estado como indutor

O ex-presidente afirmou também que a candidatura dele com Geraldo Alckmin como vice representa a junção de duas das mais belas experiências de administração do Brasil.  “Uma experiência acumulada de 16 anos de gestão de São Paulo, junto com a gestão de um presidente que teve privilégio de viver o melhor momento de crescimento e inclusão social nesse país”, afirmou, acrescentando que o gesto de ambos é uma demonstração de que eles não estão dispostos a cometer erros nem excluir ninguém da discussão, da elaboração e da execução do que precisa ser feito.

Lula destacou a importância de o Estado atuar como indutor do desenvolvimento e disse que o Brasil tem que tirar proveito do seu potencial e do fato de não ter contencioso internacional. “O Estado tem um papel preponderante. Eu não defendo o Estado empresário, defendo o Estado indutor. Se nós quisermos fazer que o Brasil tenha a infraestrutura que precisa, temos que fazer o dinheiro aparecer, e o dinheiro existe. (…). Para mim, dinheiro em caixa é bom transformado em obra, transformado em empregos. É isso que nós vamos fazer. (…) O Brasil não pode esperar”.

Demandas do setor

O documento entregue pela CNT a Lula e Alckmin tem demandas nas áreas de melhoria da infraestrutura de transporte, solução de entraves à competitividade, sustentabilidade econômica e ambiental e segurança jurídica.

O ex-governador Geraldo Alckmin afirmou que as propostas mostram a Importância da sociedade civil organizada em entidades como a CNT. “O transporte é um setor estratégico para o desenvolvimento nacional, que pode ser parceiro do Estado no crescimento e entregou aqui uma verdadeira agenda de competitividade e infraestrutura”.

Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo e coordenador do programa de governo, contou aos empresários sobre a elaboração do plano com participação popular. O documento recebeu cerca de 15 mil propostas, das quais 100 de entidades ligadas ao transporte. “Vamos chamar todos para um diálogo e levar para o presidente tomar as decisões que forem compatíveis. Nos nossos 13 anos de governo, os transportes foram prioridades, nós triplicamos o investimento. O PAC executou R$ 21 bilhões ao ano em logística e R$ 173 bilhões para mobilidade no período”, contou.

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