Desde o início de sua campanha presidencial, em 2018, Jair Bolsonaro dedica-se a espalhar mentiras e desinformação sobre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) , grande indutor de desenvolvimento durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT. A verdade é que entre 2002 e 2010, ao longo dos dois mandatos de Lula, o lucro do banco aumentou quase 18 vezes: passou de R$ 560 milhões para R$ 9,9 bilhões, mesmo com a crise econômica mundial de 2008.
O BNDES, que não financiava obras em países estrangeiros, mas sim a exportação de bens e serviços brasileiros (inclusive de engenharia para o exterior), investia em empresas brasileiras que geram empregos no Brasil ao fazerem exportações.
O banco federal de desenvolvimento, que triplicou sua participação durante os governos de Lula e do PT, fortaleceu a atuação de empresas e produtos brasileiros fora do país e estimulou o surgimento de mais de 10 milhões de empregos no Brasil a partir de 1996. Com Lula e Dilma, o banco financiou empresas localizadas em 96% dos municípios brasileiros.
Em 2015, último ano de governo do PT, o BNDES realizou 954.028 operações ( crescendo 662% em relação a 2002, quando realizou 125.131 operações), envolvendo 221 mil clientes – 97% dos quais eram micro e pequenas empresas. O lucro do banco em 2015 foi de R$ 6,20 bilhões, 1.128% a mais (ou 11X) o valor de 2002.
A seguir, alguns dos principais mitos e verdades sobre o BNDES:
MENTIRA: “Durante os governos do PT, houve financiamento de bens estrangeiros, prejudicando a indústria nacional”
VERDADE: Com Lula e Dilma, o Brasil não financiava gastos locais e empregos de estrangeiros, apesar de Agências Créditos à Exportação de outros países financiarem. Os financiamentos BNDES cobriam apenas empregos no Brasil e bens nacionais. Os financiamentos são liberados ao exportador em reais, no Brasil. Nenhum centavo era remetido ao exterior. Exemplo: quando o BNDES fazia um empréstimo para a uma construtora brasileira, por exemplo, construir uma obra no exterior, o banco estava financiando também, mesmo que indiretamente, um número enorme de empresas aqui no Brasil, empresas que participam da cadeia produtiva.
MENTIRA: “O BNDES financiava obras sem licitação e contratadas de forma não transparentes”
VERDADE: Os financiamentos desses pacotes, incluindo insumos, seguiam práticas mundiais. As exportações financiadas de serviços de engenharia foram auditadas pelo TCU e submetidas à fiscalização usual da Receita Federal. Os empréstimos só eram concedidos após análise rigorosa da viabilidade técnica e financeira da obra. Vale lembrar que nível da inadimplência nessas operações era insignificante: menos de 0,01%.
MENTIRA: “As obras financiadas pelo BNDES nos governos do PT eram escolhidas por motivos políticos e ideológicos”
VERDADE: O principal mercado dessas exportações financiadas pelo banco foram os Estados Unidos, e não países sobre os quais muito se fala, como Cuba, Angola e Venezuela. Portanto, cai por terra o argumento dos radicais da direita cairia por terra já que os norte-americanos corresponderam por mais de 40% de sua atuação de 1998 até 2016.
MENTIRA: “O sigilo das operações financeiras envolvidas nessas transações encobriria desvios”
VERDADE: O sigilo das operações financeiras é imposto por lei (Lei Complementar nº 105, de 2001, aprovada no período FHC) e visa proteger informações privadas e sensíveis das empresas que recebem o empréstimo, como o nível de endividamento, a capacidade de pagamento, a estratégia de atuação, etc. Qualquer juiz, ou ainda qualquer parlamentar, pode requerer abertura do sigilo das operações financeiras envolvidas nessas exportações.
MENTIRA: “BNDES priorizava os “gringos””
VERDADE: O banco financiava clientes localizados em 96% das cidades do Brasil: são mais de 5300 municípios com obras realizadas com aporte federal. Vale lembrar que este salto geográfico teve seu período de ouro justamente após Lula chegar ao poder. No período de 1995 a 2000, por exemplo, apenas 2.402 municípios tinham obras realizadas com financiamento da instituição. Os empréstimos do BNDES para empresas que exportam serviços ou bens (EMBRAER, por exemplo) para o exterior correspondiam a somente 2% do total financiado pelo banco.
MENTIRA: “BNDES não gera empregos”
VERDADE: Esta talvez seja a mais absurda das fake news espalhadas pelos adversários do PT, já que fomentar o mercado nacional e melhorar a renda da população é uma das principais razões dos financiamentos realizados pelo BNDES. Não por acaso, as operações financiadas pelo banco ajudaram a criar de 1998 a 2016 mais de 10 milhões de empregos. Um dos períodos mais férteis foi justamente durante os governos de Lula e Dilma: de 2007 a 2014, por exemplo, mais de 1,2 milhão postos de trabalhos surgiram a partir de obras financiadas pelo banco.