Em meio à disparada dos preços de combustíveis e alimentos, falta de emprego e inflação anual superior a dois dígitos, brasileiros têm cada vez mais dificuldades para viver com dignidade, por falta de dinheiro. Pior do que isso: o povo brasileiros está passando fome.
Em consequência da política econômica desastrosa e excludente do governo Bolsonaro, 1 em cada 4 brasileiros afirma não ter quantidade de comida necessária para alimentar a família em casa.
Os dados são de uma pesquisa Datafolha realizada na última semana, com 2.556 entrevistas em todo o País. Para 26% dos entrevistados, a comida disponível nos últimos meses era abaixo do suficiente, enquanto 62% julgaram ser suficiente e apenas 12% diziam acreditar ser mais do que o suficiente.
A inflação sobre o preço dos alimentos é o principal fator da falta de condições para comprar comida suficiente. Em junho, o índice que mede a inflação (IPCA-15) aumentou 0,69% – 0,25% sobre alimentos e bebidas. Em 12 meses, o acumulado passa de dois dígitos, é de 13,84%.
Entre maio de 2021 e maio de 2022, a inflação da cesta básica foi de 27%, segundo estudo da PUCPR. Em São Paulo, a cesta básica já ultrapassou o valor do salário mínimo e chegou a R$ 1.226, com alta de 1,36%.
A sensação de insegurança alimentar afeta sobretudo as famílias mais pobres. Entre os que têm renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 2.424), ela é de 38%. Para os que recebem acima de dois e até cinco salários (R$ 6.060), o percentual é de 14%. Para quem recebe até dez salários mínimos (R$ 12.120), ela cai para 4%.
No Norte e Nordeste, o percentual supera as demais regiões, com 30% e 32%, respectivamente. No Centro-Oeste e no Sul o percentual se iguala em 24%, enquanto no Sudeste é de 22%.
O problema fica ainda pior quando consideramos os altos índices de desemprego e a volta do emprego com funções mais precarizadas e de baixa remuneração. Entre os desempregados, 42% disseram que não tiveram o suficiente (eles eram 38% em março). Essa situação também afeta gravemente os que desistiram de buscar trabalho (39%), as donas de casa (38%) e os autônomos (27%).
O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, publicado em junho, mostra que apenas quatro em cada dez famílias brasileiras têm acesso pleno à alimentação. A pesquisa mostrou que o país andou 30 anos para trás e voltou ao Mapa da Fome, com um contingente de mais de 33 milhões de pessoas passando fome, o corresponde a 15% da população.
São 14 milhões a mais de pessoas com fome em comparação com o último inquérito, realizado em 2020, e um crescimento de 7,2% no número de pessoas em algum grau de insegurança alimentar. Esse é o pior cenário que o Brasil já viu no século XXI.
Ao todo, 125 milhões de brasileiros vivem algum grau de insegurança alimentar, sendo 59 milhões em insegurança leve, 31 milhões em insegurança moderada e 33 milhões em insegurança grave (situação de fome).
Lula sempre foi um lutador incansável pelo combate à fome. Em seus governos, havia um ministério dedicado somente a isso. E a fórmula sempre repetida por ele “de incluir o pobre no orçamento” trouxe bons frutos. Tanto que em 2014 o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU pela primeira vez na história.
Hoje, infelizmente, o cenário é muito diferente e o País regrediu décadas com relação a esse problema. O governo tem se mostrado totalmente despreocupado com a situação precária com que o povo está vivendo. Com 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil, Bolsonaro diz que a economia vai “muito bem” e usa verba do Bolsa Família em despesas com militares. O legado de Bolsonaro é a volta da fome no Brasil.