Um estudo publicado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Fome) mostra que a América Latina, como um todo, vive uma piora severa nos índices de segurança alimentar nos últimos cinco anos, com uma explosão no número de famintos em 2020. O Brasil acompanha esta triste tendência, tendo registrado um aumento de 28% no número de pessoas vivendo com insegurança alimentar moderada ou grave entre 2016 e 2020. Isso significa dizer que 12,1 milhões de brasileiras e brasileiros passaram a conviver com a fome neste período, que coincide com o fim das gestões do PT no governo federal.
Apenas entre 2019 e 2020, o número de pessoas vivendo em insegurança alimentar moderada ou grave no Brasil aumentou 15%. Ao todo, segundo a agência da ONU, 49,6 milhões de pessoas no Brasil sofriam com em 2020. Destas, 7,5 milhões enfrentam a forma mais grave da falta de alimentos.
A FAO destaca que a pandemia de covid-19 teve muito impacto sobre os índices de segurança alimentar no continente latino-americano, mas que a fome vem aumentando de forma preocupante desde antes. Isso indica que o problema não está em uma crise pontual, mas na ausência ou desmonte de políticas que corrigem as desigualdades na distribuição de alimentos entre as populações.
Comida tem, falta justiça, diz Lula
Na última quarta-feira (1), em sua participação no Encontro do Grupo de Puebla, que reúne as principais lideranças progressistas da América Latina, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção dos parceiros para o problema da fome. “O mundo produz mais alimentos do que precisam as pessoas com fome. Então, por que temos 800 milhões de pessoas passando fome no mundo? Não é falta de comida. É falta de dinheiro para comprar comida e falta justiça nesse mundo para que os pobres tenham o direito de comer”, disse Lula.
Um dia depois, conversando com os apresentadores do podcast PodPah, Lula voltou ao tema, que é um dos principais assuntos de sua atuação política. Questionado por Igão e Mítico se iria se candidatar, Lula respondeu que deve tomar uma decisão até março, mas que só teria uma razão para voltar: o povo, garantir que o povo volte a comer todo dia e que o filho do trabalhador entre na universidade. “Eu tinha vontade de estudar, mas eu tinha que escolher entre estudar ou trabalhar. Então, eu quero que o filho do trabalhador estude, que tenha a mesma oportunidade. Para ter oportunidade, tem que comer, quem come vira inteligente, quem come vira bonito. A fome é feia”.
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