Bolsonaro entrou, a vida piorou: a cada ida ao mercado, o salário compra menos comida

Quando o salário desvalorizado cada vez compra menos alimentos, o endividamento das famílias bate recordes e o carrinho segue vazio

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Há tempos o brasileiro não sabe o que é ver o carrinho do supermercado cheio. Num cenário de inflação descontrolada, desvalorização do salário e desemprego, o número de pessoas que não conseguem pagar suas dívidas é cada vez maior. Enquanto a renda cai, o preço da cesta básica não para de subir. E é nessas horas que a gente percebe que, desde que Bolsonaro entrou, a vida piorou.

Não são só os produtos que a gente teve que tirar das compras do mês, mas também aqueles que agora vêm em embalagens reduzidas sem que o preço caia junto, um fenômeno conhecido como reduflação. É cada vez mais comum sabermos de pessoas que tiveram de optar por produtos de qualidade e valor nutricional inferior para ter o que servir à família. Carcaças, pele de frango e alimentos que eram usados como ração de animais viraram alternativa. Os açougues colocam placas inacreditáveis: “osso é vendido, não dado”.

Hoje tem muita gente que parcela dívida ou pede dinheiro a agiotas para comprar comida. Sete em cada dez brasileiros que se endividaram no cartão de crédito justamente para conseguir se alimentar. É impossível manter um cardápio saudável e diversificado com a desvalorização do salário mínimo. Em muitos estados, ele nem sequer dá conta de comprar uma cesta básica.

Como diz o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é preciso reduzir a política de juros. “É preciso resolver o problema da dívida de 70 milhões de famílias brasileiras que estão endividadas nos cartões, algumas porque estão utilizando o cartão para comprar comida”, disse em entrevista à Rádio Educadora, de Piracicaba (SP)

A resposta do governo não passa pela reversão desse cenário. De olho na reeleição, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um “pacote de bondades” insuficiente que inclui saques de até R$ 1 mil do FGTS, antecipação do 13º para aposentados e pensionistas e ampliação da margem de contratação de crédito consignado a beneficiários do Auxílio Brasil e do Benefício de Prestação Continuada. A medida eleitoreira pode custar ainda mais caro ao bolso do trabalhador, que já está com a corda no pescoço.

Só nos delírios bolsonaristas é possível trocar um programa como um Bolsa Família por um auxílio financeiro reduzido e com prazo pra acabar. Bolsonaro acabou com toda essa estrutura, e destruição será para sempre o seu legado.