Bolsonaro restringe liberdade de expressão, diz relatório internacional

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Além de mentir descarada e repetidamente, Bolsonaro também ataca a imprensa e sufoca a liberdade de expressão no país. Esse foi um dos achados do “Relatório Global de Expressão 2021”, elaborado pela organização internacional Artigo 19, que analisa a situação de 161 países ao redor do mundo. Sob a batuta de Bolsonaro, o Brasil é, atualmente, um país de liberdade de expressão restrita, estando abaixo de lugares como o Haiti nesse quesito.

Durante o ano de 2020, foram 464 ataques diretos a jornalistas feitos por Bolsonaro, ministros e assessores próximos. O Brasil apresenta uma das maiores quedas do mundo do indicador de liberdade de expressão: passou de um dos países com maior pontuação mundial, em 2010, para um país em crise de democracia e expressão. “O Brasil é a perfeita avalanche contemporânea de problemas de expressão: populismo autocrático, desinformação, desigualdade severa e controle tecnológico. A pandemia consolidou as tendências observadas no último ano”, diz o relatório.

Atualmente, o Brasil é considerado um país com liberdade de expressão restrita, em escala elaborada a partir de 25 indicadores. Nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, o país era considerado lugar de livre liberdade de expressão, com 89 pontos em uma escala de 0 a 100. O cenário de restrição de liberdades vem sendo desenhado desde o golpe de 2016: em 2015, o índice era de 86. O golpe derrubou o número para 73, e as restrições vêm aumentando ainda mais sob a batuta autoritária de Bolsonaro. Em 2020, o índice foi de 52 pontos, uma queda de 37 pontos em 10 anos.

O Brasil é um dos cinco países com maior declínio democrático entre 2010 e 2020, segundo o relatório de Variações da Democracia da Instituição V-Dem ligado à Universidade de Gotemburgo, na Suécia.