Conferência nacional discutirá políticas públicas para os povos das favelas, diz Lula no Complexo do Alemão

Em encontro com lideranças de favelas, ex-presidente disse que Estado precisa levar saúde, educação, cultura e melhoria de vida para os moradores de comunidades

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Em encontro com jovens lideranças comunitárias de favelas do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (12/10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que, num novo governo, fará uma conferência nacional específica para discutir políticas para as favelas. “Vocês podem ficar certos que vai ter uma conferência nacional dos povos das favelas pra gente decidir as políticas públicas para as favelas. Prometo para vocês que esse país vai mudar e vai mudar para melhor”, disse ele.

Antes de seguir para caminhada na Estrada do Itararé, no Complexo do Alemão, o ex-presidente ouviu demandas e palavras de apoio de representantes de diferentes comunidades do Rio de Janeiro e defendeu novamente que o Estado chegue a esses locais com projetos de saúde, educação, cultura e lazer.

“A única razão pela qual estou sendo candidato outra vez é a crença que tenho de que a gente pode mudar as coisas no Brasil. Precisamos acabar com essa história de que o Estado só participa da comunidade quando manda a polícia. Queremos que a polícia seja apenas um dos componentes. Antes da polícia tem que vir saúde, cultura, educação e melhoria de vida das pessoas”, afirmou.

Apoio das comunidades

Acompanhado da esposa Janja da Silva e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, Lula ouviu atento a lideranças como Renê Silva, do jornal “A voz das Comunidades” e Anielle Franco, irmã de Marielle Franco e diretora do instituto que leva o nome da ex-vereadora do Rio de Janeiro, vítima de crime político, cujo mandante segue desconhecido, quase cinco anos depois do crime.

Renê Silva saudou a volta de Lula ao Complexo do Alemão, 11 anos depois da visita à comunidade que recebeu muitas obras no período de Lula na Presidência. Anielle, mestre de cerimônia do encontro, disse que as favelas estão com Lula e o apoiarão no governo, se ganhar as eleições.

Camila Moradia, do Mulheres em ação no Alemão e da comissão de luta por moradias disse que o voto em Lula representa a luta pelo direito à vida, pela educação, pela saúde, pela moradia digna, por emprego, esporte, lazer e cultura, pelo empreendedorismo, contra a fome e de um Brasil para todos, sem preconceito.

Representante da Parada de Lucas, Marcele contou ter feito faculdade por causa das cotas e ter sido também beneficiada pelo Bolsa Família. “Sou fruto de cota racial. Passei pela universidade, pela escola, pelo Bolsa Família. Por isso que seu projeto faz sentido, não é um projeto eleitoral. É um projeto de vida e de existência”, afirmou.

Gabinete popular de periferias

Ela sugeriu que, na Presidência, Lula instaure um gabinete popular de periferias, que leve emissários dos ministérios e lideranças comunitárias a rodarem o Brasil para ouvir as periferias e construir um plano popular voltado à melhoria de vida das pessoas que moram nessas regiões.
No encontro, o ex-presidente conheceu um casal que sai por Manguinhos com uma urna chamada o

Ouvido de Lula para recolher propostas para um novo governo. E foi surpreendido por uma criança que se aproximou para falar no ouvido e que depois repetiu ao microfone: “Mesmo eu não podendo votar, meu apoio é precioso pelo Lula. E quando ele for presidente, o senhor vai ter que cumprir suas missões que é tirar o povo pobre desse sofrimento, abaixar os preços e reformar escolas”, disse a menina.