Dia do Amigo: com Lula, churrasco e alegria. Com Bolsonaro, climão e mesa vazia

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O Dia do Amigo, originalmente criado na Argentina, é hoje celebrado em diversos cantos do mundo em 20 de julho e teve como inspiração o dia da chegada do homem à Lua, um símbolo de união e de conquista científica para toda a humanidade. A data é um convite à celebração do que é mais sagrado nas relações humanas: a amizade.

Amizade que, no Brasil, um país de gente reconhecida pela capacidade de agregar e demonstrar afeto, era traduzida na reunião de amigos para assistir a uma partida de futebol, para o tradicional churrasquinho ou feijoada aos fins de semana ou naquele corriqueiro bate papo na calçada enquanto coa o café.

Há poucos anos, graças à gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil viveu o êxtase de se reconhecer um país que de fato estava decolando. Era respeitado internacionalmente e o povo sentia, no dia a dia, o progresso. Lula transformou o país e deu a muitos a possibilidade de acessar bens e oportunidades antes considerados inalcançáveis. Isso se deu por meio da valorização do salário mínimo, do controle da inflação, das políticas de transferência de renda e do pleno emprego assegurado.

No fim do mês, sempre sobrava uma graninha para os lazeres tão tradicionais na cultura brasileira. O futebol com cerveja e churrasco era de praxe. As reuniões entre amigos eram regadas a conversas, cerveja e abraços, e não pelo climão tão comum hoje.

A triste realidade do país – palco para a disseminação do ódio e da mentira, que hoje faz vítimas fatais, e da cegueira que joga a nação novamente no Mapa da Fome – é um obstáculo para celebrações como essas. Churrasco e cervejinha? A não ser que você faça parte do alto escalão das Forças Armadas, que teve seu lazer bancado por dinheiro público.

O preço da carne subiu 42,6% nos últimos dois aos, mais do que o dobro da inflação no período (19,4%), segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A pizza de domingo à noite com a galera também foi cancelada. Com a inflação dos alimentos nas alturas – o acumulado em 12 meses da cesta básica é de 11,92% – no país onde 33 milhões de pessoas passam fome e mais de 100 milhões vivem com algum problema de segurança alimentar, quem ainda tem como comer precisa abrir mão de alguns pequenos prazeres.

A cebola foi a que mais sofreu com a inflação descontrolada. Nos últimos 12 meses, a inflação do item bateu 72,80%. Logo atrás, veio a farinha de trigo, com alta de 25,28%, seguida dos derivados do leite (21,75%), azeitona (20,05%), azeite de oliva (18,59%), extrato de tomate (18,46%) e molho de tomate (10,89%). O quilo da muçarela, item utilizado em quase todos os sabores de pizza, subiu de R$ 37 para R$ 53 este mês.

Hoje, o Brasil tem a 35° pizza mais cara do mundo, segundo estudo realizado pelo HelloSafe Brasil. De acordo com a pesquisa, que mapeou 54 países, uma pizza média do sabor marguerita no país custa, em média, R$ 45,00. O comerciante tenta segurar o preço do produto para não perder clientes, mas com a escalada da alta dos ingredientes, se vê obrigado a repassar os custos ao consumidor.

E se não sobra para comida, imagine para o lazer. O brasileiro teve que cortar o cinema, shows, exposições e até o barzinho como opções de diversão com amigos. No acumulado dos últimos 12 meses, o preço das refeições fora de casa subiu 8,55% e cinema, teatro e concerto subiram 11,08%.

Viajar de avião, que era comum na Era Lula, virou novamente hábito de luxo restrito a poucos brasileiros. Em 12 meses até junho, a passagem aérea assumiu a liderança entre os itens que mais subiram, acumulando um salto de 122,40%.

Ódio x amor

Bolsonaro roubou até nossa felicidade de reunir com amigos, mesmo despender tantos recursos.  O Brasil despencou para a 38ª posição no ranking de felicidade divulgado pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN, na sigla em inglês), uma iniciativa da Organização das Nações Unidas. Caminho esse alimentado diretamente de Brasília desde o início de 2019: são discursos de ódio que menosprezam e tentam silenciar o povo, as mulheres, os LGBTQIAP+, a negritude e a juventude. São mentiras diárias, e das mais baixas, voltadas a defender supostos valores que não pagam boletos e não enchem barriga.

E mais ainda, distanciam os brasileiros. Amigos param de se falar, familiares cortam laços. De um lado, a defesa da verdade e da democracia, de outro, a violência e a barbárie. É a polarização entre o amor e o ódio. Isso precisa parar.

Lula já defendeu que o Brasil precisa de um líder que traga um pouco de paz e não de líderes raivosos e vingativos. Um líder que cuida e ama o povo, em primeiro lugar, e que não incentive que seus correligionários “metralhem” os diferentes.

“Não vou ser um presidente que está pensando na sua reeleição, mas em governar o país quatro anos e deixá-lo tinindo para que o brasileiro recupere, definitivamente, o bem estar social, a alegria e o prazer de viver, o prazer de ser baiano, o prazer de ser brasileiro”, disse em recente discurso.

O ex-presidente já assumiu que sua tarefa, se eleito, é reconstruir o Brasil e juntar a inteligência brasileira para ajudá-lo na missão de mostrar que é possível o país voltar a ser feliz, as pessoas voltarem a trabalhar, a comer, a cuidar das famílias e a serem felizes.