Nesta quinta, 16 de setembro, é comemorado o Dia do Caminhoneiro. A realidade hoje anda bem dura pra quem tem que rodar o Brasil fazendo o transporte de cargas . A completa inabilidade de gestão de Bolsonaro é a culpada – por mais que ele tente se desresponsabilizar.
Não é mais novidade pra ninguém que a inflação está completamente descontrolada e nem o Posto Ipiranga (também conhecido como ministro Paulo Guedes) é capaz de dar jeito. Aliás, esses dias Guedes até declarou que as coisas deveriam estar melhores, mas o “ruído político” atrapalha. E sim, o ruído político também é o Bolsonaro.
Mas o que tem a ver a inflação com o caminhão? Bom, a inflação age feito o pac-man e sai devorando o poder de compra do brasileiro. Ela faz aumentar o preço de absolutamente tudo e é por isso que a gente tem vontade de sentar e chorar quando chega no supermercado.
No caso do caminhoneiro, ela afeta todo o processo que envolve o transporte de cargas em 3 frentes: no preço do Diesel, na alta dos preços dos pneus e também na defasagem do frete. Calma, que a gente te explica.
Assim como a gasolina e o etanol, o diesel vem aumentando e já teve uma alta de 38,29% nas refinarias só entre janeiro e agosto de 2021. No fim de agosto, quando foram divulgados os últimos números da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço do óleo diesel já estava em sua terceira semana de reajuste.
No dia 21, o diesel estava custando, em média, R$ 4,616/litro nas bombas de postos de combustíveis de todo o país. A alta tinha sido de 0,35% em relação à semana anterior. Na região Norte, onde o combustível estava mais caro, o litro era vendido por até R$ 6,35.
A inflação para esse mês de agosto, que fechou em 0,087% e foi a mais alta para o mês desde os anos 2000 com um acumulado nos últimos 12 meses de 9.68% também trouxe impacto nos preços dos pneus, que estão 31,9% mais caros.
E, para fechar, há uma defasagem de 18,7% para o primeiro semestre de 2021 no valor do frete para transportes rodoviários de cargas no Brasil. Esse movimento foge das tendências sazonais que indicam que a defasagem costuma diminuir no meio do ano, já que já compensada com o reajuste do frete solicitado no começo do ano. Mas, como neste ano a inflação ficou muito acima do esperado, o reajuste não foi suficiente, por isso gerou essa defasagem no valor do frete. O repasse da inflação por meio dos preços praticados pelas empresas tem sido realizado mediante negociações com os clientes.
Vale lembrar que a economia brasileira é extremamente dependente do transporte de rodas, via caminhões (todo mundo lembra do caos que foi a paralisação da categoria em 2018). E os caminhoneiros não andam nada contentes, com razão, com esse aumento abusivo dos preços.