Dia do futebol: Com Bolsonaro, todo dia é um 7 a 1 diferente, e nem figurinha da Copa escapa da inflação

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Ainda é uma das maiores dores que vira e mexe machuca o coração do brasileiro. Eram as semifinais da Copa do Mundo de 2014, e o Brasil entrava em campo contra a Alemanha. O time vinha de uma sequência de vitórias e o hexacampeonato era o sonho possível. Aos dez minutos de jogo, Muller fez o primeiro. Aos 22 minutos, veio o segundo. Foram quatro gols em seis minutos e, quando o árbitro enfim erguei o braço, veio o 7 a 1. O principal vexame da história da Seleção Brasileira, dizem muitos até hoje. O sinônimo de uma coisa amarga e difícil de engolir.

Desde 2019, a vida do brasileiro continua um 7 a 1 a cada dia. É uma chuva de fake news e desinformação antidemocrática, discurso de ódio gratuito, escândalo na Saúde e na Educação, é orçamento secreto, é o salário mínimo que só cai e o preço dos alimentos que só sobe, o fantasma da fome, o preço dos combustíveis, as crises orquestradas contra outros Poderes partindo do Executivo… Ninguém aguenta mais. Tem dia que parece que a goleada contra a gente não acaba nunca.

A última armada por esses craques foi fazer com que a gente não possa ter alegria nem em esperar mais uma vez pelo hexa e colecionar as tradicionais figurinhas da Copa do Mundo do Catar, em novembro. Isso porque os pacotinhos vão custar R$ 4, o dobro do da última Copa, o que logo virou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais já que o aumento se deu acima da inflação para o período.

O pacotinho de figurinhas que custava R$ 0,75 em 2010 (o equivalente a R$ 1,57 em valores corrigidos) e R$ 1,00 em 2014 (R$ 1,66 corrigido), segundo o G1, hoje saltaram para R$ 4,00. Ai, que saudade do meu ex…

Com os preços do jeito que estão, se você der sorte de comprar os 134 pacotinhos sem nenhuma figurinha repetida, mais o álbum básico, que custa R$ 12 — a versão em capa dura sai por R$ 44,90 — vai desembolsar R$ 548, quase meio salário mínimo!

Jair Bolsonaro: “Professor” do ódio

Dia do futebol: Com Bolsonaro, todo dia é um 7 a 1 diferente

No comando desse timaço, está um técnico especializado em criar cortinas de fumaça e ataques para tentar atingir o adversário enquanto faz de tudo para quebrar as regras do jogo.

Seu nome é Jair Bolsonaro e 7 é seu número da sorte. Por superstição ou estratégia, faz questão de mentir 7 vezes por dia para acobertar seus bolsolões e escândalos de corrupção.

Flávio Bolsonaro, o camisa 01: Defensor de miliciano

Quando deputado estadual, Flávio Bolsonaro disse que seu “herói”, era o policial Adriano da Nóbrega, chefe da milícia Escritório do Crime — uma quadrilha especializada em assassinatos por encomenda.

Abundam as denúncias contra Flávio, como a das rachadinhas em seu gabinete, um caso arquivado pelo Tribunal de Justiça do Rio em maio.

Recentemente, áudios e mensagens indicaram possível participação de Flávio e da advogada da família, Karina Kuka, num esquema de compra de sentença favorável à cúpula do Partido Republicado da Ordem Social (Pros) no Tribunal de Justiça do Distrito Federal

Carlos Bolsonaro, o camisa 02: Meio-campista das Fake News

Carlos também é investigado por rachadinhas e pela contratação de funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal. Em campo, sua principal função é a de tentar desestabilizar o time adversário e sua torcida com uma cascata de mentiras e discurso de ódio.

É comovente a dedicação que ele tem na concentração, fora de campo, com que se dedica a vasculhar a internet e distribuir mentiras, vídeos mal editados e fotomontagens para sustentar todas as cortinas de fumaça necessárias para distrair a atenção do juiz. E olha que não são poucas…

Eduardo Bolsonaro, o camisa 03: Ataca a democracia

Bravateiro como o pai, gosta de investir em criar crises institucionais e conclamar seus seguidores a atitudes e atos antidemocráticos. “Se quiser fechar o STF, você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo“, disparou em 2018. Ele está na mira de inquérito no STF, assim como seu irmão.

Na última semana, resolveu repetir o mantra de ataque às eleições, as mentiras sobre as urnas fraudadas e mirou no Tribunal Superior Eleitoral. Quando não está ameaçando as instituições, gosta de intimidar jornalistas: há algumas semanas, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu manter sua condenação e aumentar a indenização paga por ele por ataques misóginos a Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo.

Jair Renan, o camisa 04: Gandula de milhões

Ele dá seus toques em campeonatos de várzea, mas quer subir para a série A da política em 2028. Antes de tudo, terá que se resolver com a Justiça, já que é alvo de um inquérito da Polícia Federal por suposto crime de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Em depoimento à PF em abril, um ano após a abertura do inquérito, Renan Bolsonaro confirmou ter recebido ajuda do lobista Marconny Faria, alvo da CPI da Pandemia, para criar sua empresa, a Bolsonaro Jr Eventos. Os contratos de aluguel e reforma do escritório de Renan chegaram a R$ 158 mil

Fabrício Queiroz: Rachadinha no meio-campo

Ex-assessor e motorista de Flávio Bolsonaro e amigo de Jair há quase 40 anos, o policial aposentado ficou conhecido em uma operação ligada à Lava Jato do Rio que investigava o pagamento de propina a deputados por parte do governo estadual. Apenas entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão. O valor é incompatível com o patrimônio do então motorista.

Preso em junho do ano passado após tempos foragido, ele foi encontrado numa casa em Atibaia, no interior de São Paulo, em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do presidente.

Michelle Bolsonaro: Goleira e check-“keeper”

A atual primeira-dama tem aparecido pouco ao lado do marido, mas não titubeia ao tentar defendê-lo sempre em assuntos de pouco ou nenhum interesse nacional, como quando o chamou de “imbrochável”. Era na conta dela que Queiroz depositava os famosos cheques.