Quem vive em grandes metrópoles, sabe exatamente que é difícil imaginar a vida hoje em dia sem a dedicação e o trabalho essencial de quem é motoqueiro ou motociclista, que bravamente saem de casa todos os dias e enfrentam o trânsito, as ruas e a precarização. Muitos escolheram a vida sobre duas rodas. Outros, viram no trabalho por aplicativos uma alternativa ao desemprego ou ao salário que mal dá para as contas do mês.
A precarização dos trabalhadores ficou escancarada durante a pandemia de covid-19, ainda mais afeta pela política econômica desastrosa de Paulo Guedes e a inação de Jair Bolsonaro na hora de fazer qualquer coisa que beneficie o povo. Neste 27 de Julho, Dia do Motociclista, é importante lembrar que são legiões de trabalhadores e trabalhadoras que se viram como podem para colocar comida na mesa. Assim, têm de aceitar empregos instáveis, pouca ou nenhuma garantia e abrir mão de direitos trabalhistas para poder garantir a subsistência de suas famílias.
De acordo com levantamento divulgado pelo Ipea, no ano passado o Brasil contava tinha 1,5 milhão de pessoas que trabalhavam com transporte de mercadorias e passageiros. A maioria (61,2%) era de motoristas de aplicativos ou taxistas; 20,9% eram motociclistas que faziam entregas de mercadorias e 14,4% eram mototaxistas.
Foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em 2009, sancionou a lei que regulamenta as profissões de motoboy, mototaxista e motovigia. Hoje, ele quer que o motociclista ganhe em direitos e dignidade.
Vamos ter que sentar numa mesa e regulamentar a vida das pessoas que trabalham com aplicativo, dizer que não podem ser tratados como se fossem escravos, que precisam ter direito a um programa social, assistência médica, seguro para quando bater o carro, a moto ou a bicicleta e descanso semanal remunerado porque a escravidão acabou!
Lula em discurso no 1º de Maio
A reforma feita após o golpe que tirou do poder Dilma Rousseff e a onda de trabalho de aplicativo sem direitos trabalhistas foram severos golpes contra o bem-estar e a seguridade social. Quem conhece Lula sabe que ele sempre brigou, desde os anos 1970, com os empresários para que a gente não perdesse tudo aquilo que a classe trabalhadora acumulou de conquistas desde 1943 com a introdução da CLT. E trabalho é trabalho: esteja você em uma moto, um carro, uma bicicleta, um carro, um escritório ou em uma fábrica, você precisa ser respeitado.
Mas, hoje, usam a ideia do empreendedorismo para não ter que ter a postura correta, de gente decente, e oferecer qualquer apoio ou ajuda. E assim acham normal um motociclista trabalhar o dia inteiro com o ronco de fome na barriga e o cheiro da comida das entregas que faz. O nome disso é tortura.
O entregador, o motorista, só são empreendedores enquanto conseguem realizar suas funções com os próprios custos. Mas se o carro quebra, o pneu fura, acontece um acidente ou a pessoa não pode trabalhar, eles viram as costas e deixam a pessoa para se virar sozinha e como der. E é por isso que o ex-presidente tem estudado diversos modelos para propor uma vida digna e de conquistas a todos os trabalhadores.
Como um dos poucos trabalhos que de fato realizam é espalhar mentiras, a família Bolsonaro gosta de espalhar que Lula queria acabar com os empregos de entregadores. Mentira e das grandes, como o Verdade na Rede já provou. O que o ex-presidente defende é que trabalhadores não sejam exploradas e tratadas com completo desprezo, enfrentando jornadas estafantes e perigosas para enriquecer patrões invisíveis, os bilionários donos dos aplicativos, que se recusam a reconhecer e a honrar seus direitos trabalhistas.
Reconstruir o Brasil é reconstruir as condições para que todos possam trabalhar com dignidade e segurança, seja como empregados ou empreendedores. Todos têm de ganhar o suficiente para cuidar da família, ter o direito a descanso remunerado, a férias ou feriados, poder contar com a previdência social caso algo aconteça. “O que precisamos é que as pessoas que trabalham com aplicativo sejam tratadas de forma mais respeitosa“, encerra Lula.