Os ataques de Bolsonaro e de seu governo à ciência e à tecnologia no Brasil são sistemáticos e recorrentes. Com a mentira como grande estratégia de gestão, o presidente vê na pesquisa e nos dados científicos ameaças às suas fake news, que obedecem a interesses escusos. A situação é diametralmente oposta àquela vivenciada durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, em que a ciência brasileira vivia o ápice de investimentos e visibilidade mundial. Nesse dia dos professores, é importante lembrar da difícil situação em que se encontram os professores universitários em um país sem interesse e sem verbas para a pesquisa.
O orçamento de fomento à pesquisa é um exemplo do ataque de Bolsonaro ao conhecimento no país. A verba anual dedicada às agências de pesquisas nacionais – CAPES, Cnpq e FNDCT -retornou a patamares inferiores àqueles dos governos tucanos. Em 2002, o montante era de R$ 4,5 bilhões. Em 2010, saltou para R$ 10,18 bilhões. Em 2015, chegou ao pico de R$ 13,97 bilhões. Em 2021, o orçamento foi de apenas R$ 4,4 bilhões. E o desmonte não para por aí.
Em mais um ataque à ciência, Bolsonaro promoveu corte de 92% dos R$ 690 milhões em créditos suplementares previstos para apoio à pesquisa por parte do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O governo modificou, na última hora, o projeto de lei de créditos suplementares aos ministérios (PLN 16). A medida impede o pagamento de bolsas e a execução de projetos já agendados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A manobra, descrita como uma afronta à comunidade científica, foi denunciada em carta encaminhada ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, pelas oito entidades que compõem a Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br) – ABC, Andifes, Confap, Conif, Confies, Consecti, IBCHIS e SBPC. “É um golpe duro na ciência e na inovação, que prejudica o desenvolvimento nacional”, afirmam as entidades.
O desmonte da ciência também fica patente no orçamento próprio destinado ao MCTI (excluídos os fundos de apoio e fomento à pesquisa). Desde que assumiu o governo, Lula sistematicamente ampliou o orçamento da pasta: no governo FHC, a verba era de R$ 2,21 bilhões. Em 2006, último ano do primeiro mandato de Lula, os valores giravam em torno de R$ 3,744 bilhões. Em 2010, ao final de seu mandato, Lula destinou R$ 6,184 bilhões para o MCTI. A verba chegou a R$ 6,55 bilhões em 2015, durante o governo de Dilma.
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