Para ex-presidente, combate à fome e geração emprego são prioridade, profissão de fé
Em encontro com estudantes e professores da Unicamp, na noite desta quinta-feira (5), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com a inclusão social, defendeu o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e disse que, se voltar à Presidência, fará um governo focado em recuperar a dignidade do país e das pessoas mais humildes, tendo o combate à fome e a criação de empregos como prioridades.
“Eu tenho uma profissão de fé. Quero resolver o problema da fome nesse país, quero resolver o problema do desemprego nesse país, quero resolver esse problema do trabalho intermitente”.
Em contraposição à ideia de que é preciso estabelecer um teto de gastos, Lula defendeu que recursos destinados às áreas sociais são investimento e ressaltou que a dívida maior do Brasil é com o povo mais pobre, as pessoas abandonadas, os indígenas e os quilombolas.
“Quando assumir o compromisso de teto de gasto, queremos saber qual é o compromisso para acabar com a fome nesse país, qual o compromisso para acabar com o desemprego nesse país? Economizar para que, para pagar juros da dívida? A dívida maior que a gente tem é a dívida histórica com o povo pobre, é com o povo abandonado, é com os indígenas, é com os quilombolas”, declarou, acrescentando também ser contra o garimpo em terras indígenas e voltando a defender ministérios específicos para tratar das questões de igualdade racial, dos direitos humanos e dos interesses indígenas.
O ex-presidente afirmou que o dilema sobre o que deve vir primeiro, se o crescimento econômico ou o aumento de salários, questão que conviveu desde os tempos de dirigente sindical, está sempre no debate também das universidades, mas que seu governo decidiu que os dois deveriam acontecer juntos.
“Tem que crescer a economia e tem que crescer o salário. É por isso que aumentamos o salário mínimo em 74% e não causou inflação. Por isso tivemos coragem de fazer a transposição do São Francisco para levar água para 12 milhões de nordestinos e 1,4 milhão de cisternas para quem vive nos lugares mais secos desse país”.
Lula disse que um presidente precisa ter coragem de fazer o que precisa ser feito e repetiu que a única razão de se candidatar novamente é fazer mais e melhor do que fez nos primeiros mandatos. “Esse país precisa de carinho, de amor, de alguém que distribua livro didático de graça, e não armas. Esse país precisa de um presidente que distribua oportunidades, que possa financiar o pequeno e médio empreendedor brasileiro, o pequeno e médio empresário, o pequeno e médio agricultor que produz 70% do alimento que a gente consome”.
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