Em cercadinho, Bolsonaro repete mentira sobre pedofilia proibida pela Justiça

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Jair Bolsonaro é um mentiroso compulsivo. Mente sete vezes por dia, e tem por hábito requentar velhas mentiras para tentar enganar o povo. Foi o que aconteceu nesta quarta (16): no cercadinho do Palácio da Alvorada em que se refugia e fala apenas para seus seguidores, o o atual presidente tentou associar o PT a um projeto de lei que supostamente relativizaria o crime de pedofilia no Brasil.

A acusação não tem nenhuma base na realidade e já havia aparecido nas eleições de 2018 quando Fernando Haddad foi alvo de fake news que o acusavam falsamente de defender a legalização da pedofilia. Na época, diversas agências de checagem desmentiram a mensagem. O referido PL 236/2012 nunca teve relação alguma com a esquerda, PT ou Haddad.

Na verdade, a proposta foi apresentada por José Sarney (MDB-AP) e estava sob a relatoria de Antonio Anastasia (PSDB-MG) até ele deixar o senado no ano passado. Ao contrário do que diz Bolsonaro, o texto não propõe a descriminalização da pedofilia. A proposta é de redução de 14 para 12 anos do limite de idade da vítima na qualificação do crime de “estupro de vulnerável”, um agravante do crime de estupro. E é bom repetir, é um projeto que não tem relação nenhuma com o PT.

Cortina de fumaça?

Na semana passada, o PTB, que tem atuado como bucha de canhão do bolsonarismo, tentou associar a esquerda ao crime da pedofilia com o mesmo argumento na sua inserção gratuita de rádio e TV. A propaganda foi retirada do ar por determinação da Justiça por veicular informação falsa. Bolsonaro e seus seguidores estão desesperados para mudar o foco da questão econômica, que vai de mal a pior, com inflação nas alturas, preço dos alimentos descontrolado, gasolina a mais de R$7,50 e um botijão de gás a R$130.

Na última segunda (14), o Ministério da Justiça determinou que um filme de 2017 do comediante e ex-bolsonarista Danilo Gentili fosse removido dos catálogos das plataformas de streaming no Brasil por cena com suposta apologia à pedofilia. A pasta voltou atrás e desistiu de censurar a obra, mas elevou a classificação indicativa da obra para 18 anos. É bom lembrar que, em 2017, Danilo Gentili era simpatizante de Bolsonaro. A imagem do deputado e bolsonarista Marcos Feliciano entusiasmado com o filme em 2017 deixa isso nítido.

Os movimentos desta semana parecem indicar um direcionamento de campanha das milícias digitais bolsonaristas, que requentam fake news sobre pedofilia como cortina de fumaça perante o caos que se aprofunda no país.