Em Manaus, Lula recorda colapso da saúde por falta de oxigênio

Ex-presidente criticou o governo Bolsonaro pela gestão desastrosa na pandemia e pela omissão no socorro aos pacientes dos hospitais estaduais

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Em discurso em Manaus, Lula recorda colapso na saúde por falta de oxigênio na pandemia

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recordou o colapso no sistema de saúde do Amazonas durante a pandemia de Covid-19. A falta de oxigênio nos hospitais do estado chocou o mundo e marcou um dos momentos mais tristes da pandemia no Brasil.

No dia 14 de janeiro de 2021, na segunda onda da pandemia, o caos se instalou nas ruas de Manaus. O estado registrava recorde de internados com Covid-19 e os leitos estavam superlotados. Segundo dados do Ministério Público, mais de 60 pessoas morreram em por conta da falta de oxigênio e 500 pacientes precisaram ser transferidos às pressas para hospitais de outros estados.

“Se um tenente expulso do Exército não tem coragem de tratar o povo direito, um metalúrgico vai voltar para a Presidência para cuidar do povo do jeito que ele merece”, disse o ex-presidente, durante comício em Manaus, na noite desta quarta-feira (31).

Pessoas morrendo asfixiadas

Vacinas não tinham chegado no Brasil e Jair Bolsonaro criticava o isolamento social. Um mês antes um lockdown chegou a ser anunciado pelo governo estadual, que flexibilizou o decreto após pressão de bolsonaristas.

Quando acabou o oxigênio nos hospitais, profissionais de saúde e familiares de pacientes entraram em desespero e tentaram comprar o produto por conta própria. Porém, a demanda era tanta que faltou o insumo nas empresas fornecedoras. Foram dois dias assim, com pessoas morrendo asfixiadas.

“Eu quero aproveitar hoje para agradecer o embaixador da Venezuela que mandou oxigênio para Manaus, para salvar vidas aqui, apesar do presidente da República ofender tanto a Venezuela. Foram eles que mandaram o oxigênio que o ‘tenente’ não teve coragem de mandar ou que o Ministério da Saúde não teve coragem de mandar”, declarou.

A Venezuela enviou oito caminhões carregados com aproximadamente 130 mil litros de oxigênio para abastecer os hospitais de Manaus. A doação foi articulada diretamente com o governo do Amazonas, uma vez que o Jair Bolsonaro se negou a aceitar ajuda venezuelana.