Em Portugal, Lula destaca papel do Brasil na cooperação mundial

Presidente eleito fala sobre a questão climática e os desdobramentos para o planeta

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Em sua primeira visita a Portugal após vencer as eleições deste ano, Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista coletiva ao lado do primeiro- ministro português, António Costa, e fez um balanço da sua participação na COP 27, no Egito. O presidente eleito destacou a cooperação do Brasil no cenário internacional, que foi inexistente no governo Bolsonaro. “Eu fiquei muito emocionado quando, no discurso da COP 27, o povo gritou que o Brasil voltou. E foi muito marcante para mim, porque fazia 4 anos que o país estava totalmente isolado do mundo. Não foi o mundo que isolou o Brasil, o Brasil que se isolou.”

Ele também agradeceu ao primeiro-ministro António Costa. “A minha alegria de estar em Portugal e ser recebido pelo presidente e pelo primeiro-ministro, numa demonstração que o Brasil voltou ao mundo político. O Brasil voltou a discutir os assuntos que são de interesse da humanidade, que são de interesse do Brasil e que são dos interesses dos brasileiros”.

Questão climática no centro da discussão mundial

Lula reforçou a importância de tratar a questão climática e que os países têm seu papel a cumprir: “Se houve um tempo em que alguém não queria discutir a questão climática, hoje esse tema é um desafio para a humanidade. Nós não temos dois planetas Terra. E é esse único planeta que nós vamos cuidar. E por isso fiz questão de reforçar a responsabilidade dos países mais ricos na COP.” E continuou: “Eu tenho defendido, inclusive, que nós precisamos de uma governança global mais representativa. Sobretudo na questão climática, a gente não pode tomar uma decisão e depois levá-la para que o Estado nacional decida se vai cumpri-la ou não cumpri-la, a exemplo do protocolo de Quioto, que foi assinado tanto tempo atrás, até hoje não cumprido por muitos países.”

O presidente eleito reafirmou o compromisso assumido feito na campanha de proibir o garimpo ilegal, as invasões ilegais de terras indígenas e de preservar as áreas ambientais na Amazônia: “Nós precisamos ver o que tem acontecido. Muitas queimadas, muitos incêndios, muitos lugares que não choviam e agora chove demais, e nós precisamos tomar uma atitude responsável como dirigentes políticos dos nossos países.”