O fato de Bolsonaro estar muito mais interessado em andar de jet-ski em praias paulistas do que em governar o Brasil com responsabilidade não é novidade pra ninguém. A novidade é que o governo zerou os impostos de importação sobre jet-skis, balões e dirigíveis. Hoje, os importadores desses produtos pagam 18% de imposto de importação.
Em dezembro do ano passado, o governo já tinha tomado medida parecida com relação a jet-skis e barcos à vela usados, com até 30 anos de fabricação, sob o argumento de impulsionar o turismo náutico.
O presidente, como já dito, é entusiasta das motos aquáticas. Em maio de 2020, estava a bordo de um jet-ski quando afirmou que a reação à pandemia era uma “neurose” e que 70% da população pegaria o vírus. Em 20 de dezembro do ano passado, uma segunda-feira, apareceu dançando em uma lancha ao som de um funk que comparava mulheres da esquerda a cadelas.
Enquanto isso, a inflação dos alimentos explode -o quilo da cenoura chega a R$ 11 em várias cidades do país – e a fome volta ao país em velocidade recorde. Em um país com mais de 13 milhões de desempregados, 19 milhões de pessoas com fome e 116 milhões vivendo em situação de insegurança alimentar, qual é a prioridade em zerar imposto de importação de itens de luxo? Quem, no Brasil, realmente consegue ter acesso a esses bens? Qual é o custo disso para a União? Bolsonaro mostra, mais uma vez, que governa somente para uma parte (ínfima) da população e visando seus próprios interesses.
Enquanto isso, a caravana passa e a economia afunda cada vez mais, fruto da total inabilidade do governo em lidar com a crise sanitária que já vitimou mais de 600 mil brasileiros e brasileiras e continua fazendo vítimas todos os dias no passo em que o presidente pilota seu jet-ski.
Lula, por sua vez, está no México em encontro com autoridades locais para discutir justiça social, combate à fome, irmandade da América Latina e a necessidade de paz no mundo. Assuntos que realmente interessam a toda a população. Bolsonaro nesse mesmo dia, estava em uma praia no litoral paulista. O resto a gente já sabe.