O Brasil de Bolsonaro vive as consequência desastrosas de um (des)governo que não se preocupa com o povo. Inflação descontrolada, desemprego nas alturas, a volta avassaladora da fome, crianças desmaiando em sala de aula: esse é o retrato do país em 2021. Situação muito diferente daquela vivida durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma breve comparação de preço ilustra o resultado de políticas econômicas e sociais que colocaram o pobre no centro do orçamento no Brasil e fizeram o país crescer.
Lula e o PT tiraram o Brasil do Mapa da Fome da ONU, 36 milhões de pessoas saíram da miséria e 32 milhões de pessoas ascenderam à classe média entre 2002 e 2015. Indicadores econômicos também bateram recorde no período, como o PIB per capita, e a desigualdade social caiu a ritmo acelerado, como comprova o índice de Gini. Um dos principais responsáveis por essa transformação social no país foi o Programa Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do mundo, modelo para iniciativas similares em 20 países, que foi simplesmente destruído por Bolsonaro. O capitão da destruição, aliás, não tem limites: gasolina, gás de cozinha, carros populares, alimentos – tudo sofre com a gestão de Jair.
Gasolina
Em uma comparação direta, o valor médio do litro de gasolina em novembro de 2011, segundo a Agência Nacional de Petróleo, era de R$ 2,75. De 7 a 13 de novembro de 2021, o valor médio divulgado chegou a R$ 6,75. É importante mencionar a semana de medição porque, com os sucessivos aumentos de combustíveis decorrentes da dolarização dos preços da Petrobras adotada por Bolsonaro, os preços não param de subir. Só este ano, foram mais de 73% de aumento entre janeiro e outubro. O aumento de combustível durante todo o ano de 2010, no governo Lula, foi de apenas 2,04%. No mesmo ano, a média do preço da gasolina era de R$2,50.
O preço médio do diesel nas bombas do país em 2010, por exemplo, era de R$ 1,98. A alta acumulada em 12 meses, entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010, foi de apenas 0,25%! Entre janeiro e outubro de 2021, o Diesel aumentou 65,3%. Ou seja: o índice de reajuste atual é 130 vezes maior do que aquele praticado em 2010.
Enquanto isso, Bolsonaro inunda as redes sociais e a mídia com a repetição e o escalonamento de mentiras absurdas.
Depois de tentar jogar o problema no colo dos governadores – estratégia sem sentido, já que o percentual do ICMS, imposto estadual incidente sobre o preço dos combustíveis é o mesmo de 2016 –, Bolsonaro tentou culpar Lula (o presidente da gasolina a R$ 2,50) pelos valores inacreditáveis de 2021. Outra estratégia de Bolsonaro é falar sobre a privatização da Petrobras, como se essa fosse a solução. O que a história brasileira e mundial mostra é que a privatização agrava o problema em vez de solucioná-lo.
Gás de cozinha
Em novembro de 2011, o botijão de 13 kg do gás de cozinha custava, no Brasil, R$ 38,91. Em novembro de 2021, o preço médio, segundo a ANP, é de R$ 102,48. Em 2010, o preço médio do botijão de gás era R$ 38, 30. Hoje chega a R$ 135 em regiões como o Mato Grosso, por exemplo, fazendo com que brasileiros voltem a usar lenha para cozinhar ou, pior, álcool. Já são muitos os relatos de acidentes graves e mortes causados por essa situação. Além disso, também há risco de desabastecimento de acordo com previsões do mercado.
Carros populares
De acordo com a tabela Fipe, em novembro de 2011 um Gol 0 km custava R$ 27.331. Em novembro de 2021, segundo levantamento no site da Volkswagen, um Gol novo básico, sem adicionais, sai a R$ 67.790.
Quando Lula assumiu a presidência, ele fez questão de incluir o pobre o orçamento e isso também significava estimular o consumo.Com a estabilização da economia, a inflação baixa, o incentivo às montadoras e estímulo ao crédito somente no primeiro mandato foram 6,6 milhões de veículos vendidos.
O sonho do carro próprio, que se tornou realidade para muitas famílias brasileiras durante os governos petistas, está mais distante do que nunca. A grande verdade é que não existem mais carros populares no Brasil.
Um dos campeões de vendas era o Gol, o carro popular da Volkswagen. Somente em março de 2010, foram vendidos 30 mil. Hoje, um Gol 0 KM chega a quase R$ 90 mil. Em 2010, sua versão topo de linha, equipada com motor 1.6 e câmbio automatizado I-Motion, custava R$ 41.620.
O preço médio dos veículos mais baratos 0 KM, em 2021, é de R$ 59.419. Em 2010, esse valor era menos da metade, R$ 25.518. Com dólar mais alto, os preços de carros novos subiram 14% até agosto deste ano, mais eu o dobro da inflação. No Brasil de Bolsonaro, para cada carro novo, seis velhos são vendidos. Realmente, estamos indo de volta para o passado. Arraste a seta para o lado para uma comparação direta.
Cesta básica
O aumento desenfreado da inflação recai principalmente sobre os alimentos. Hoje, a cesta básica já ultrapassou os absurdos R$ 700 no Brasil, enquanto em 2011 o valor médio calculado pelo Dieese era de R$ 266,97. Reajustado pela inflação, o valor seria de R$ 478.
O poder de compra do brasileiro está em queda vertiginosa, impedindo a população de acessar itens básicos. Ao mesmo tempo em que o preço dos alimentos não para de subir, o salário mínimo não teve nenhum aumento real durante o governo Bolsonaro.
Durante os governos de Lula e do PT, a política de valorização do salário mínimo foi um dos pilares das políticas sociais. De 2002 a 2015, o aumento real do salário mínimo (ou seja, acima da inflação do período) foi de 76,54%. Esse foi um dos principais fatores responsáveis por manter a economia aquecida durante a crise internacional iniciada em 2008 e pela inclusão social.
Lula transformou a valorização do salário mínimo em lei, fruto de construção conjunta com os movimentos sindicais. A lei garantia garantia o reajuste real do salário mínimo por meio de sua correção a partir da variação do PIB do ano anterior somada ao repasse da inflação do período.
Infelizmente, toda essa engenharia social foi completamente desmontada pelo golpe e pela gestão de Bolsonaro. Se o desemprego está nas alturas, os salários não sobem e os alimentos seguem cada dia mais caros, a fome é uma certeza.
Em 2021, um salário mínimo só consegue comprar 1,57 cestas básicas. A proporção é muito inferior àquela dos governos do PT. Em 2010, era possível comprar 2,31 cestas com um salário mínimo. Em 2014, um salário mínimo comprava 2,58 cestas. Essa diferença faz com que 85% dos brasileiros tenham que cortar algum alimento de sua dieta em 2021.
A pisadinha “Tô com saudade do tempo de Lula” traduz um pouco do sentimento do povo:
“Tô com saudade do tempo de Lula
Que a vida era boa, eu comia, eu bebia,
Tinha carne, cerveja e churrasco
E o meu chevette cheio de gasolina”.