O orçamento de Bolsonaro: sem aumento no salário mínimo e no Bolsa Família

Proposta de orçamento do governo para 2022 não prevê aumento real do salário mínimo e nem expansão do Bolsa Família, como tinha prometido Bolsonaro

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O governo propôs que o salário mínimo para 2022 seja de R$ 1.169, sem aumento real. Na proposta (PLOA) enviada na última terça (31) ao Congresso também não há previsão de aumento com investimentos no Bolsa Família.

Para a correção dos atuais R$1.100 para R$1.169, o governo considera o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que deve ficar em 6,2% em 2022. Sendo assim, o governo propõe o reajuste repondo apenas a inflação – o que é obrigatório pela Constituição Federal – sem aumento real.

Isso não garante – e muito menos melhora- poder de compra ao brasileiro, que está fortemente afetado pela inflação descontrolada.  Itens como arroz tiveram aumento de preço de 37,5%, carnes aumentaram em 32,39%, a gasolina já chega a R$ 7 nas bombas e o botijão de gás passa dos R$ 100. Além disso, o povo também sofre com o desemprego, que já atinge mais de 14 milhões de pessoas.

Durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, a política de valorização do salário mínimo foi um dos pilares das políticas sociais. De 2002 a 2015, o aumento real do salário mínimo (ou seja, acima da inflação do período) foi de 76,54%. Esse foi um dos principais fatores responsáveis por manter a economia aquecida durante a crise internacional iniciada em 2008 e pela inclusão social.

Lula transformou a valorização do salário mínimo em lei, fruto de construção conjunta com os movimentos sindicais. A lei garantia garantia o reajuste real do salário mínimo por meio de sua correção a partir da variação do PIB do ano anterior somada ao repasse da inflação do período.

Outro pilar dos governos de Lula e do PT, premiado internacionalmente, foi o Bolsa Família, política de transferência de renda fundamental para distribuição de renda e redução de desigualdades no Brasil. O Bolsa Família foi um dos responsáveis por tirar o país do Mapa da Fome, em 2014. Hoje, quase 50 milhões de brasileiros passam fome ou não comem o suficiente. Bolsonaro tinha prometido expandir o programa, o qual rebatizou de Auxílio Brasil. No entanto, vemos pela proposta de orçamento do governo para o ano que vem que essa foi mais uma das mentiras que o atual presidente contou ao povo brasileiro.