O assassinato político de Marcelo Arruda parece ter mostrado, a quem ainda tinha dúvidas (Anitta, bem-vinda!), tudo o que o bolsonarismo significa. Como resposta, a máquina de mentiras bolsonarista já indica qual a estratégia usará para tentar defender o indefensável: vão continuar fazendo de tudo para tentar associar Lula ao crime, qualquer crime. Seja o PCC e Marcos Valério, sejam as acusações já apuradas e descartadas pela justiça nos 25 processos que Lula venceu, seja pegando declarações antigas de Lula e dando aquela “forçadinha” para parecer que elas dão a entender algo diferente do que ele disse.
A bola da vez dessa fake news estilo “parece mas não é”, ou seja, aquela que evoca uma conclusão diferente da que está no vídeo ou reportagem anunciado é o trecho, desonestamente cortado, de um comício de Lula, em 2017, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Na época, o ex-governador do estado Sérgio Cabral estava preso há um ano pela Lava-Jato.
O que Lula disse: “Eu estou muito triste com o que está acontecendo com o Rio. O Rio não merece a crise que está passando. Não merece ter governadores presos porque roubaram. Eu nem sei se isso é verdade, porque não acredito em tudo o que a imprensa fala. É importante investigar, saber a verdade. Quem roubou tem que estar preso”.
O que a fake diz que ele disse: “O Rio de Janeiro não merece que governadores eleitos estejam presos só porque roubaram o povo brasileiro e roubaram dinheiro público”.
Repetindo, mais uma vez, o que Lula disse: “É importante investigar, saber a verdade. Quem roubou tem que estar preso”.
O que a fake não quer que você saiba: Que o crime está entranhado no governo Bolsonaro. Além de armar o tráfico, com seus decretos que liberam o porte e a compra de armamentos, Bolsonaro utiliza mecanismos que só quem tem muito a esconder poderia fazer. Parec óbvio, e é.
Para evitar que toda essa verdade venha à tona, o governo sistematicamente proíbe, ou coloca em sigilo de 100 anos, qualquer investigação sobre os crimes de sua família e de sua gestão.
Mais de cinco delegados e delegadas da Polícia Federal foram afastados ou exonerados de investigações que tentavam fazer com autonomia sobre diversos escândalos dessa gestão. Outros 20, por sequer se aproximarem desses temas, foram afastados ou transferidos. Parece errado, e é.
Isso aconteceu nos casos: fake news de Allan dos Santos, rachadinhas do Queiroz, interferência política na PF, madeira ilegal de Ricardo Salles, tráfico de influência de Jair Renan, crime organizado de Flavio Bolsonaro, entre muitos outros. Essa lista é bem maior e não para de crescer. O meme “Sem investigação não há corrupção” resume o escárnio com que Bolsonaro trata os brasileiros.
Além de não se deixar investigar, o Motociateiro da República também não quer que a população sequer possa ser informada sobre determinados assuntos. Alegando “risco à segurança nacional” ou “proteção da intimidade”, mas na prática tentando assegurar que ele próprio não será investigado ou impichado, Bolsonaro coloca em sigilo de 100 anos um cordel de malfeitos. Parece covardia, e é.
Estão bloqueadas as informações de seu cartão de vacinação (para provavelmente esconder que se vacinou contra covid, enquanto ria dos brasileiros que morriam), do registro de matrícula escolar de sua filha (feita sem o devido processo seletivo), da atividade eleitoral irregular de seu protegido Pazuello (o sujeito que negou oxigênio e deixou centenas de pessoas morrerem feito moscas em Manaus), dos dados do crachá de acesso ao Planalto seus filhos Carluxo e Eduardo (esses dois, nem se fala), das reuniões entre Bolsonaro e os pastores envolvidos no escândalo das barras de ouro como propina no MEC. Essa lista também é muito maior e segue crescendo.
Mas este inferno vai acabar. A cada dia mais e mais pessoas percebem que não estamos diante de nenhuma “escolha difícil”. A cada dia mais gente começa a sacar os mecanismos das fake news (e não cai mais nelas!). A cada dia a fome, a inflação, a corrupção e o descaso com o povo brasileiro só confirmam que estamos sob o pior governo da história. A cada dia se aproxima a hora de darmos um fim nisso. Temos um país para reconstruir.